Capítulo 11 – Brincadeiras
No outro dia, após o desjejum o
garoto se dirige ao templo de Louise. Os dois se focam no festival, sem uma palavra
sobre Lilith. Aliás, com poucas palavras.
– Você é realmente um dragão
transformado em mulher ou uma mulher que se transforma em dragão?
– Sou o contrário de você. Um
dragão que se transforma em humano. Dragões de alto nível conseguem manter essa
forma por um bom tempo.
– Então por que precisa da minha
ajuda?
– Sou uma mera sacerdotisa agora.
Se eu usar minha forma de dragão e entrar pela porta da frente de Midgard, vou
acabar assustando alguém. Se eu entrar como uma sacerdotisa que é forte como um
dragão, assustarei alguém. É aí que você entra.
– Uma raposa gigante é algo
gracioso e de menos impacto. Entendo. Então eu vim só pra carregar isso tudo?
Diz apontando para as coisas que juntaram.
– Preciso mesmo responder? O
aprendiz se transforma em raposa e a sacerdotisa começa a empilhar e arrumar
pacotes em suas costas. Sai andando na frente, seguido pela raposa, e algum
tempo depois chegam à cidade. Após ter o peso retirado de suas costas o
aprendiz volta ao normal. Assim o aprendiz, a sacerdotisa e as raposas começam
a decoração de Midgard, sendo ajudados por moradores e aiodromes. A
arquiduquesa aparece pouco tempo depois, ajuda em algumas coisas mais leves. Os
seres do reino adornam toda a cidade com balões japoneses, fitas, barracas de
brincadeiras e guloseimas, placas. Louise pede uma pausa para consultar seu almanaque,
que seguia tão a risca quanto um islâmico a um alcorão.
– Atenção nas luzes, e cuidado
com as máscaras, disse Louise.
– Tá... Como assim Louise?
– Não sei, assim que
interpretamos o almanaque. Ele sempre lhe dá uma “charada” para o dia,
respondeu Yumi.
– Revisem os equipamentos! Grita
Raitun. Todos começam a acatar a ordem o mais rápido que podem. Tempos depois
acabam dando-se conta da falta dos fogos de artifícios e dos cata-ventos. E
logo começa um tumulto, pois se duas coisas são de valor em um festival são
fogos de artifício e cata-ventos. O alvoroço de todos é intenso, comentários,
lamentos, frases de seres estupefatos. O garoto indaga: Alguma ideia? Antes da
resposta ele continua sua linha de pensamento, se ajoelhando. – Atenderei como
for possível à sua decisão e necessidades. Como iremos proceder?
– Silêncio! Não consigo pensar
com esse alvoroço que vocês fazem... Resmunga
Yumi, referindo-se aos seus aiodromes e aos outros seres. O aiodrome pessoal dela toma a palavra, com
algo útil como sempre.
–Mestra, temos evidência claras
de que os Volladnes são os culpados.
– Mas será possível?! Em nosso
evento mais importante os idiotas vêm me aprontar a velha brincadeira de esconder
coisas.
–Estamos procurando o paradeiro
dos artefatos, porém até agora não encontramos nada.
– Volladnes... Aquelas criaturas
invisíveis que tem mania de fazer brincadeiras? Bem, vou ajudar, diz Raitun
– Sozinho?
– Ora minha cara... – e ao dizer
aquilo o aprendiz chama raposas de volta, e invoca outras e outras mais. – Suficiente?
– Aceitável.
– É relativamente razoável, diz
Louise. O aprendiz se junta ao bando de raposas como uma delas e todos começam
a procurar junto de aiodromes pelos objetos desaparecidos. Acreditavam que os
aiodromes poderiam perceber/ver os seres invisíveis e ajudar a colocá-los nos
eixos. Após certo tempo de varredura Raitun reaparece na praça central de
Midgard, em frente à Louise. Em seguida aparecem suas raposas com os objetos
roubados.
– Até que raposas são eficientes...
Não é Louise? Diz Yumi
–Tenho que concordar. Que tal
continuarmos? Diz Louise. Raitun concorda com a cabeça e eles retomam os
preparativos. Após tudo estar terminado Louise e as outras duas sacerdotisas
(Alexis e Mary) junto de Yumi se posicionam nas entradas da cidade, juntas de
algumas elfas, para fazer a recepção adequada dos visitantes. Após entrar e
serem recebidos por elas, os recém chegados passavam por um corredor de cata
ventos que dava acesso ao meio da cidade, onde a festa fervia. Enquanto caía a
noite e Midgard começava a lotar, o aprendiz se dirige ao tempo para de Lilith.
E se depara com esta mesma sacerdotisa, usando um modelo de vestido parecido
com o que usa sempre. A diferença principal eram os detalhes negros e um enorme
dragão bordado.
–... ... O que houve? Por que me
olhas desse jeito?
– Não sei...
– Então já que não sabe, melhor
ir se trocar também. E ela aponta um aposento. Entrando no lugar o aprendiz
encontra roupas semelhantes às suas, porém negras e com detalhes dourados. E um
dragão em uma das mangas. Saindo dos aposentos, ele pergunta:
– como estou?
– Extraordinariamente comum... Para
um acompanhante.
– Pareço um acompanhante?
– Parece uma gueixa.
– Ou algo do tipo... Após uma reverência
à Lilith, Raitun invoca uma raposa do tamanho de Kitsu. Só o fato interessante
é que esta usava uma armadura. Era uma armadura negra que cobria a cabeça e as
costas, como uma sela para duas pessoas. E na armadura havia suportes para as
armas. Espadas à esquerda, o arco à direita, e vem após os preparativos uma pergunta.
– Vamos? A sacerdotisa responde
sentando na raposa, na parte de trás e de lado. Como uma dama de vestido senta
em um cavalo sendo levada por um cavaleiro. Após uma cruzada de pernas e um
aceno para o aprendiz, este também sobe na raposa. Agora eles caminham enquanto
começam o que podemos realmente chamar de uma longa e boa conversa...
Informações confidenciais, sorrisos confidentes.
– Estamos chegando... Não vá me
decepcionar heim, acompanhante ou algo do tipo de uma gueixa.
–Como desejar, minha Lady.
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