Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

domingo, 25 de maio de 2014

Projeto - Parte 2, Capítulo 20 e 21

Capítulo 20 – Matança


– Agora começa a parte interessante: matança. – diz o general.
– Você é obcecado por lutas, precisa se tratar. – comenta Hitch.
 Enquanto fala já começa a acertar os que entram no alcance da magia da Kaleido.
–Alexis, cuide da comandante, ela será um problema livre! – grita Raitun com a campanha a ponto de bater de frente com o enorme exército vindo a toda velocidade na direção oposta.
– Palavra de poder: Rizomus! – grita a sacerdotisa. Inúmeras raízes e troncos brotam do chão, envolvendo e prendendo rigidamente a condessa. Ela livra-se da magia rapidamente, mas antes que consiga atacar é paralisada por uma magia de Hitch.
– Mary? Sua vez! – diz Alexis para a colega de sacerdócio, que atende prontamente e rapidamente, levantando o cajado e dizendo:
– Palavra da sombra: Empower! – Após a magia de Mary Raitun cria uma barreira de repulsão, que devasta uma área bem maior que o esperado.
– O que foi isso?– pergunta ele.
– Empower aumenta a potência das próximas magias. Minha habilidade mágica é de assistência. Em meio à conversa e à corrida frenética da guerra, os olhos de Lilith vêem um dos soldados pulando direto para o pescoço de Raitun.
– Raitun! – grita ela no susto.
– Palavra de poder: Aegis!– Grita Alexis, materializando assim vários escudos de mana em volta do grupo, escudos que por sinal livraram o aprendiz de tomar um possível golpe mortal.
– Não é hora de relaxar idiota! Apenas de inferiores em habilidades, o número em que eles estão é preocupante! Quase... Infinitamente maior! – Diz Kitsu. Depois disso o grupo continua correndo, abrindo espaço em meio à colossal e infindável horda de soldados do auto-proclamado Darklord.
Enquanto os oito correm contra a maré o exército continua avançando e finalmente alcança Midgard. Ali iniciam uma série de ataques. Sem muito efeito eu diria, pois a barreira se manteve firme. E a barreira abria um enorme espaço e certa tranqüilidade para o contra ataque dos arqueiros montrisianos. Não apenas eles. As Willow, recém chegadas ali, também começam a fazer sua parte. Em “modo de combate” elas mais pareciam humanos gigantescos com galhos, pele de árvores e folhas do que propriamente árvores. Deveria até ser usado o termo “gigante”, considerando a estatura... Ou o termo “híbrido”... O que importa é que elas deram sua grande e furiosa contribuição. As Willow vieram ser catapultas vivas e naturais de Montris. Posicionando fora da barreira e ao lado contrário da linha de frente inimiga, garantem sua proteção. Posição privilegiada para elas, de onde começam a lançar pedras que passam voando por cima da barreira, como se realmente fossem lançadas de uma catapulta, que visam destruir o máximo possível do inimigo. A palavra da guerra não é nada esperançosa: destruir, matar, esmagar... Algumas ainda faziam uma espécie de ataque surpresa: Usavam as raízes. Perfuravam secretamente a terra criando buracos onde prendiam os inimigos, atravessavam soldados com as raízes como se estas fossem as lanças afiadas da linha de frente. E assim a resistência se mantinha, pondo uma boa palavra na guerra: esperança. Esperança de que aquela resistência que servia de distração fosse vitoriosa em seu objetivo. E de que aqueles “meros oito” conseguissem adentrar o exército inimigo. A condessa estava mais preocupada em destroçar a barreira, e isso dava cada vez mais margem ao plano de nosso aprendiz. O que eles não esperavam, ou fingiam que não, era que viessem mais intervenções da figura de foice.
– Hora de aumentar um pouco o nível. – Diz a figura citada de antemão, pulando enquanto gira sua foice acima da cabeça, caindo com esta raspando uma pedra.
– O ceifador vai atacar novamente... – diz o aprendiz, de certa forma seduzido pela criatura da foice. Enquanto este prediz, ela diz:
– Dark summoning: Reminiscent of Ancient Drakes (Invocação obscura: Reminiscência dos Dragões Ancestrais) – foi o que a figura disse. E da pedra começa a brotar fumaça, que começa a se materializar atrás da invocadora, como os três lendários dragões sobreviventes. As asas daquelas criaturas cobriam o sol, seu rugido levava o medo aos montrisianos, e a campanha continuava a lutar, mesmo que na sombra. Mas não por tanto tempo, afinal, sacerdotisas sempre intervém a favor com seus cajados élficos.

Capítulo 21 – Brincadeiras sérias


– Palavra de poder: Lucio! – a palavra de poder é proferida por Alexis, criando imediatamente uma poderosa luz na ponta de seu cajado. Luz por sinal forte o suficiente para afastar os dragões, que já preparavam sua investida contra a campanha. Os dragões fogem atordoados e sés recobram a consciência perto de Midgard. Assim resolvem trocar de alvo e começar a bombardear a cidade.
– Hora de brincar! – diz Karen, se alongando com um sorriso confiante no rosto.
– Vai lá... Boa sorte. – responde Hana
Hana puxa o capuz que Karen usava no momento, revelando que por baixo dele existia uma mulher com um kimono de artes marciais negro. Karen investe furiosamente contra o comandante, e esta após defender, desviar alguns golpes e arranhá-la com seu machado, golpeia a lutadora com o escudo, jogando-a de volta para dentro da barreira. Ao notar o corte provocado pelo machado, Karen grita freneticamente, fazendo dos gritos companhia da sua cara de pavor.
– Oh! Meus deuses! – grita novamente com a mão no corte da testa – preciso de uma desintoxicação e uma sutura, urgente! Isso está infeccionando, vai tomar conta do meu corpo em breve! Não, não vai NE? Sua foi é envenenada com alguma droga que causa uma parada cardiorrespiratória, não é? 30 segundos após a injeção da droga as vitimas morrem estranhamente, não é?
– Se a última alternativa fosse válida você não chegaria a mencioná-la, seu ser...
– “Profundissimamente hipocondríaco”? Tou sabendo...
– Hm, interessante... – retruca a condessa.
– O que? – pergunta Karen.
– O único verso decassílabo com duas palavras dessa língua, não é? Realmente uma arte. Mas no seu caso... É isso demonstra um pouco de paranóia– diz o ancião, interrompendo.
– De que lado você está finalmente? – pergunta Karen
– Exatamente do lado no qual deveria estar. Agora vá.
– Velho estranho... – resmunga ainda, ajeitando a roupa, limpando aqui e ali. Depois sai da barreira, com uma face mais séria.
– Hora de brincar de verdade. Quer? – diz ela oferecendo uma garrafa. Antes de qualquer esboço de resposta põe-se a sorver o conteúdo da garrafa, e rapidamente aparece perto da condessa, chutando-a para o alto.
– Primeiro limite: corpo! – diz Karen. A técnica converte a mana para o corpo, fortalecendo músculos e aumentando a velocidade do usuário. Karen pula, quase instantaneamente está acima do nível ao qual a condessa foi lançada, e isso lhe dá margem para sua próxima técnica.
– Zan'nin na kobushi!(punho brutal) – Mais uma técnica física: juntando uma quantidade absurda de mana para despejar em um único soco. Já na segunda metade do caminho, Raitun escuta uma explosão e sente os choques de auras.
– O que foi isso? – pergunta.
– A Karen sentando a mão em alguém sem sorte. Acho que... Na condessa. Vai ser uma boa diversão para ambas– responde sua parceira, com um sorriso que se fecha logo depois de falar.
– Dark summoning: Winged Legion. – é a figura encapuzada mais uma vez “aumentando a dificuldade”. A invocação da vez é uma legião de pequenos demônios alados.
– Por que temer trevas se temos a luz, não é? – diz Alexis levantando seu cajado – Palavra de poder: Barreira iluminada! – logo após as palavras proferidas uma barreira de luz se ergue em volta do grupo. E é suficiente para segurar os demônios... Por certo tempo.
–Invocação poderosa... Minha barreira vai acabar quebrando.
– Então vamos nos defender de um jeito melhor: atacando. – profere Raitun, sempre de pé em cima da raposa. De sua posição pula o mais alto que pode (ou seja, muito alto), parando no ar em um pé, assim como ele via a raposa fazer (concentrar mana nas patas... interessante). Sua aura imediatamente se torna mais intensa, um círculo com inscrições antigas instantaneamente se materializa abaixo da linha de seus pés.
– Primeira dança: Valsa das lâminas gêmeas. – A técnica do aprendiz em nada se parece com uma valsa. Lembra alguma dança com espadas. Raitun começa a girar as katanas gêmeas em vários sentidos, e depois, ao encostar os dois pés no “chão”, começa a girar no interior do círculo, mantendo os movimentos com as espadas. Era como se estivesse treinando. A diferença é que cada movimento projeta uma lâmina de mana maciça nos inimigos, seja ele demônio voador, soldado ou refém dos Luminus. Após limpar completamente a área ele toma um impulso no ar e vai direto de encontro à figura misteriosa. Não há medo, nem deve haver piedade na batalha. E é um mistério o que há naquele par de olhos. A surpresa é bem maior que o esperado: O ataque de Raitun cessa a centímetros do inimigo... Em uma barreira.
– Ainda não. Que tal um último desafio?
– Que seja. Pode man- AH! – a resposta impetuosa é interrompida para desviar de um golpe que realmente por pouco não o atinge. Ao levantar-se vê que apareceram três humanóides gigantescos em volta da campanha. Realmente monstruosos. Como diria a maioria dos montrisianos se os vissem, o que tinham de grandes, tinham de feios.
– Alguém pode me explicar quem ou o que diabos são essas coisas?
– Trolls selvagens gigantes. Também muito chamados de Ogros, monstros... São derrotáveis, é o que importa. – diz o meio orc.
– Muito resistentes. Tanto a magia quanto a dano físico. Aliás, magia quase não funciona neles.
– São derrotáveis. – repete o general.
– Pff, Ataquem! –diz a figura dona da foice.
– Ao ataque! – retruca o meio orc com um sorrido no rosto. Rapidamente avança e começa a retalhar o da esquerda. O imperador avança com seu machado no do meio, e Raitun resolve observar os dois. Logo percebeu que quanto mais era retalhado mais o ogro da esquerda crescia. Acontecia a mesma coisa com o do meio, de forma mais lenta. Ele se prende tanto às analises que quase é atingido pelo inimigo, ou especificamente, pela clava monstruosa que o inimigo segurava. Seu reflexo o livra da infelicidade.
– Cuidado! Eles são poderosos!– alerta uma sacerdotisa. Após o alerta ela e as outras garotas montam uma espécie de barricada, atacando quem entrasse em seu perímetro. O exército (ou o que sobrou dele) estava se juntando em volta deles novamente. Essa era a parte ruim da coisa. A boa era que isso os empurrava para a borda do continente, o destino que queriam.
– O que há com esses trolls? Estão crescendo e ficando poderosos a cada instante! E mais feios... Como isso é possível?
– Ira de ogro. – comenta o anão do grupo.
– Ahn... Detalhes? Ah! – retrucou o garoto, não se sabe se ele parou por aí por que queria ou para desviar uma sequência de golpes.
– Quanto mais ira eles acumulam, maior o tamanho/poder deles. Também chamam esse tipo de poder de berseking...
– Ah, e por que estamos brincando em vez de tentar atacar os pontos vitais mesmo? – Se esta fosse uma pergunta a si mesmo, o vácuo seria a resposta, já que ele é obrigado a saltar para trás tentando sair do alcance do troll. Irritado, comenta. – Ótimo, além de feio, grande e forte esse ainda é irritante... Parece até um goblin gigante!
– Garotos, dá pra agilizar a luta aí? Precisamos andar, lembram? – comentam elas, e comentam outras coisas. Reclamações logicamente.
– Bem... Foi divertido, mas hora de acabar... –diz o meio orc, aumentando o fluxo de mana em volta do corpo. – Desculpas aí, mas exterminamos por ordem de feiúra. – após uma leve e breve risada Sigfried pula até a altura da cabeça do troll e o parte de cima pra baixo em dois.
– Depois os ogros são os monstros... – comenta Hitch
O som da colisão de Gran com o chão coincide com outro som (não muito bom, por sinal): o som do inimigo jogando Raitun para o alto depois de uma sequência de golpes. Após cair o aprendiz ainda é soterrado por um golpe de clava.
– Acho que agora ele aprendeu... – comenta o imperador.
Alguns instantes de silêncio tomam conta do barulhento ambiente de guerra.
– Raitun?! – grita Lilith com certo tom de desespero.
– É, acho que ele realmente aprendeu. – comenta o general.
– Aprendi algo mais interessante... – diz a voz de Raitun ainda lá dentro. Uma aura avermelhada toma conta da cratera.
– A ira dos ogros?! Como... – diz Lilith, agora com certo tom de surpresa.
– Bingo. – responde ele, saindo da cratera, envolto por uma aura avermelhada.
– Segunda dança: corte sônico das lâminas gêmeas! – [A técnica em si é tão problemática de explicar de ser executada quanto de ser descrita. O usuário se agacha apontando as lâminas para o inimigo, uma com o braço reto, outra por cima da cabeça. Nessa posição lança uma lâmina de mana e corre para o inimigo, batendo nele junto com a lâmina. Feito isso, o usuário para em frente ao inimigo e desfere uma série de golpes no inimigo (por volta de trinta e sete. Isso tudo é feito muito rapidamente, tornando difícil o aprendizado e a leitura dos golpes. Detalhe adicional: todos os golpes são perfurantes.). Após a sequência ele ainda pula girando no ar, golpeando o alvo dessa maneira mais algumas vezes e finaliza caindo no chão, juntando as espadas em forma de cruz e lançando uma lâmina nesse formato diretamente no inimigo já perfurado. Difícil, rápido, destruidor.] O golpe é executado com perfeição e atinge o inimigo, no caso, um gigantesco troll que é jogado na barreira e cai no chão, retalhado e morto. A aura do aprendiz se estabiliza após o ataque, e ele vira-se a tempo de ver o imperador degolar o troll restante com um único golpe.
– Simples e rápido, não?! Mas parece que os lordes precisam enfeitar e ter uma “linda vitória”... Contra isso – aponta os trolls.
– Sir, já ouviu falar em aquecimento?– pergunta o meio orc
– Sir, já ouviu falar em “o plano é descer o cacete”, perdoando a linguagem rude?
– Sou um anão, não um elfo nobre pra me preocupar com que tipo de linguajar usam comigo. Bem, a próxima criatura a morrer é você, coisa de capuz.

sábado, 24 de maio de 2014

Projeto - Parte 2, Capítulos 18 e 19



Capítulo 18 – Discurso


O aprendiz e a sacerdotisa montam em Kitsu, sendo seguidos pelos outros seis para o lado de fora da cidade-fortaleza.
–Vocês vão andando? – Diz ele ao meio orc e aos outros. Cada um invoca sua montaria após o ‘puxão de orelha’. Raitun e Lilith em Kitsu, Sigfried em Zumbula, seu bisão azul. Hitch em Gonduriel, seu pássaro roxo, Yumi em Equus, seu unicórnio, Alexis em um cavalo branco, Mary em um cavalo preto (se chamavam Purydon e Grifoidius, e eram os dois melhores cavalos do reino), ambos com armaduras e estandartes de guerra.  Assim os oito são dispostos em sete montarias (a última é a do imperador, um leão chamado Avalon, de armadura, assim como as outras.). Raitun na frente, Atrás o general e o imperador, atrás destes Alexis e Mary, e por último Hitch E Yumi.  Após sair pelos portões formam uma linha. O lorde imperial e sua parceira tinham à esquerda o anão imperador, a sacerdotisa humana e a arquiduquesa. À direita estavam então o general meio orc, a sacerdotisa élfica, e a maga humana. Raitun sai da fila e começa a correr na frente desta, gritando com vigor:
– Reino de Montris, estamos diante de um inimigo monstruoso e tenebroso. Diante da guerra. Diante da fera, a mercê do lobo e da morte. Soldados e magos acordam seus espíritos e preparam suas armas, porque vamos à guerra! E se vamos à guerra, ponham seus corações nisso! Suas vidas dependem disso! A vida da sua família depende disso! Ponha o coração, a alma, o mana, o corpo, o espírito do guerreiro em tudo que fizerem. Se o fizer vão entender o que não explicamos, mas sabemos que existe, o chamamos de magia e milagre! Não é o mais forte que vence, e sim o que não desiste até que sua última gota de sangue não circule mais em suas veias e seu coração dê a última batida! O vencedor é o que está de pé ao final da batalha! Se estivermos indo morrer, que morramos com honra! Se  iremos abrir o caminho para a vitória, que seja ela feita com honra! Se o inimigo possui mais armas, soldados e poder de ataque, vençamos pela garra, persistência, habilidade, honra, magia, astúcia e estratégia! Acredite, uma raposa pode vencer um lobo, e nós podemos vencer o clã das trevas que traz consigo a morte. Acreditem, seus ancestrais lutaram para que você estivesse aqui. Então, lute para seus descendentes terem a oportunidade de lutar e conhecer um reino fantástico! Lutar para que mais forasteiros tenham oportunidade de conhecer Montris! Lute por ter encontrado algo tão incrível após ter viajado tanto! Lute para poder mais uma vez, nem que seja uma vez mais tomar um belo malte e comer uma boa carne! Lute para poder rezar novamente para seus deuses! Lute para mostrar o quão bom você é manejando uma arma! Lute para mostrar o quão bom você é no uso da magia! Lute para mostrar o quanto você aprendeu em seu caminho para a especialização! Lute para matar o dobro que o companheiro ao lado! Para contar novamente a piada do paladino! Ataque o inimigo ofuscando-o como aquele paladino! Lutar para ver novamente seios volumosos e de todos os volumes, olhos verdes e todas as cores!Lute para ver o sol nascer e mostrar todas as cores no tempo púrpuro de amanhã! Lute para mostrar que o poder de um de vocês é de todos vocês e o poder de todos vocês irá esmagá-los como um só! Lute para continuar a ver e aprender coisas, e por todos os laços importantes que você fez! Por tudo que procura! Por todos que ama! Por todas as lembranças! Por memórias e coisas lembradas e esquecidas! Lutem para sorrir novamente!Lutem para esmagar o oponente! Lutem para continuar a evoluir e expandir seu universo como eternos aprendizes!Lutem contra a morte e contra a vida! Lutem e acreditemos, nós podemos! Que o sangue dos nossos inimigos seja a prova da força do nosso império, Montris!
As palavras vigorosas do aprendiz surtem efeito imediato: o Lupuoskirus levanta o exército de um reino com um discurso. A cidade treme com gritos e batidas, que acabam se homogeneizando. Os soldados batiam duas vezes nos escudos e gritavam: Mon-tris! “bate, bate” Mon-tris! Isso foi inteligentemente aproveitado pela musicista, que em meio ao exército não deve ter sido escutada, mas disse “Montrisian Unisono”. A música eufórica e forte dos soldados para de ser dissipada e é totalmente convertida em mana, e transferida para a camada interna da barreira.
– As peças negras avançaram, e as brancas fizeram seu movimento. Resta agora superar os ataques e ter fé no garoto. – comenta o ancião.
–Preparem-se para contra atacar!Preparar armas! – Grita Raitun. Todos começam a sacar e libertar as entidades de suas armas, menos os oito, ou melhor, dizendo, os seis. Yumi se resume a fazer uma barreira de Aiodromes com seu báculo, Hitch não possui entidade em sua varinha.
– Ilumine os aliados e desintegre os opositores, Frozen flame! – Anões sempre são apressados no assunto guerra, e o machado duplo estava com uma pressa enorme de ser banhado a sangue. Ao ser liberado aumenta de tamanho e brilha em volta de sua lâmina uma chama gelada muito parecida com a das raposas brancas e algumas inscrições ilegíveis.
– A melhor defesa é o ataque, Gran!
– Se não vês as trevas não reconhecerás a luz, Shadowform! – Era Mary, e seu pingente vira um cajado negro, e este produz uma densa aura também negra.
– A vida que protege Fukai Mori. – Agora era Alexis, transformando seu pingente em um cajado com temas de folhas.
– Mantenha o foco, Mihawk!
– Quatro ventos sopram em minha defesa, todos os raios destroem junto à minha lâmina. Destrua, Cumulus Nimbus!

Capítulo 19 – Contra-ataque


Enquanto isso, do lado de fora da barreira, a tal mulher na frente do exército toma a palavra.
– Temos apenas uma ordem a cumprir: procurar e destruir! Apaguem a última chama de esperança deles, façam com que as trevas profundas e o caos reinem sobre este lugar, pela ordem do grande Darklord!
–Ou! – O exército dos Luminus começa a bater escudos enquanto Raitun observa a eles e a seu comandante. Sua no caso.
Aproximadamente 1,60, e relativamente esbelta em seu vestido negro medieval. Carregando um escudo redondo e estupidamente grande e um machado que lembra uma foice. Não parecia ter muitas primaveras a comandante. A análise minuciosa é interrompida pela própria que grita:
– Arqueiros? Apontar! – Após as linhas de frente o aprendiz vê apenas uma gigantesca quantidade de arcos levantados.
– Atirem!
– Espero que você seja tão bom no que faz quanto penso que é velhote... – é o que murmura o Lupuoskirus quando vê a chuva de flechas vinda em sua direção.
– Observe... – Diz Lilith com um sorriso no rosto. As flechas aos olhos da mulher somem, mas apenas param flutuando no escudo da cidade.
– Coisa fofa, quem é aquela? – Indaga Raitun.
– O comandante do exército inimigo, Condessa Elissa Darkbeth. Espero que aquele escudo esteja ali apenas como adorno.
– Arqueiros, contra-ataquem! – gritam ele e Lilith, e os arqueiros de Midgard respondem atirando uma chuva de flechas nos Luminus: suas flechas mais as disparadas por eles próprios. Este primeiro contra-ataque derruba uma parte considerável da linha de frente, que se reagrupa com as ordens da Condessa. Todos esperavam que a guerra fosse estourar e se preparavam para os próximos movimentos, porém eles continuavam se analisando.
– Kitsune no me! – Diz ele, eram as palavras que tinha aprendido para usufruir ao máximo de seus olhos de raposa. E seu olhar se aprimora, percorre o exército inteiro. Na retaguarda, em um nível acima do exército (talvez sobre uma pedra), Raitun via uma figura encapuzada com uma foice. Figura peculiar, ao mesmo tempo familiar. Acaba desistindo de ligar as peças e voltando a se concentrar para seu plano.
– Bom... Interessante eu diria. Isso é armação daquele velho ancião... – diz a tal figura encapuzada. Levanta a sua foice, o céu começa a se fechar, e uma fina e reveladora chuva começa a cair.
– A chuva está dissolvendo a camuflagem da barreira. Garoto... Esperamos a sua deixa! – Diz o ancião.
– Okydoky! Diz Raitun, ficando em pé em cima da raposa, enquanto Lilith juntada seu poder em uma flecha e permanecia sentada sobre a mesma raposa.
– Ainda não... Da pouco mais chega a hora... – diz Otellus.
–“Da pouco mais...” essa é mais antiga que a minha lenda. – Comenta Lilith em tom de desprezo.
– Concordo plenamente. Isso lá é coisa pra alguém do nível dele dizer? E ainda mais nessa altura... – Diz Yumi, e Alexis complementa a retórica.
– Uhum, se quer dizer algo, que diga algo como...
– Octeto da perfeição, hora de contra atacar!!!
– Finalmente. – diz Raitun sorrindo na mesma posição. Estende o braço, abre a palma da mão e diz: Arte da destruição, Canhão do dragão de vento destruidor dos céus!
– Taka no me: Nevasca!– diz Lilith, atirando uma enorme flecha que logo vira algo como uma avalanche. Isso se combina com o ataque de Raitun (uma massiva rajada de mana). Os ataques só atravessam a barreira quando a camuflagem cai de vez e mais ataques da linha de frente vão se juntando aos dois primeiros.
– Imperius Earthquake!–diz o anão do grupo, batendo a lâmina de seu machado no chão, direcionando assim uma onda sísmica ao exército inimigo. O meio orc faz algo parecido, porem a onde dele é de mana e sai levantando um rastro de pedras por onde passa. Yumi aponta o báculo para frente, juntando mana na ponta.
– Drome, drome Cannon Ball!– diz ela ao lançar uma rajada de mana e aiodromes. Is ataques vão atingindo o inimigo um por um, junto com uma rajada de flechas provida pelos soldados de Midgard.
– Abrimos caminho, avancem!– exclama o novo lorde, sentando-se na raposa enquanto esta começa a correr. Em meio à corrida, Lilly comenta:
– Destruímos quase 1/3 do exército... É uma pena que ele se refaça tão rápido. Ah, parabéns por usar aquele nível de magia sem recitar nenhuma frase de ativação. Digno de um Lupuoskirus. Desse jeito em breve você se torna mais forte que os outros dois juntos.
– Não é meu objetivo se tornar o mais forte. Quero apenas continuar aprendendo as coisas, mas para isso preciso ficar mais forte.
– Ficar forte é conseqüência, não requisito. Aprender é seu jeito de ficar forte por isso você precisa sempre aprender mais.

sábado, 17 de maio de 2014

Parte 2, Capítulos 16 e 17



Capítulo 16 -  O “lu-“ é nomeado.


O ancião materializa seu cajado e os livros começam a girar em volta deles. Quando a “dança” cessa, eles então dentro do castelo imperial. Os três atravessam o enorme salão principal, em uma ponta contendo a cadeira do imperador. Era cheio de colunas e estruturas, como também de esculturas. Otellus abre as portas, mostrando a todos o casal de futuros líderes. E todos se curvam diante deles, menos o imperador. Este, ao contrário de todos, vai de encontro aos três.
– Garoto, mostre o devido respeito. Comenta o imperador. O aprendiz se senta e cruza as pernas, com as espadas sobre seu colo. Otellus e Lilith colocam as armas sobre a cabeça do aprendiz. O imperador chama os dois Lordes, que fazem o mesmo: Sigfried põe Gran acima de Raitun, Yumi repete o gesto com seu báculo. O imperador saca seu machado duplo de guerra e põe em cima das outras armas. A arma começa a brilhar envolta pelo mesmo fogo das patas das raposas. Ele põe o machado sobre os ombros de Raitun e diz:
– Eu, Crossmusse Del Alfarroz II, Imperador do Grande Reino de Montris, portando a Frozen Flame o nomeio Sir, Trigésimo Sétimo Lupuoskirus Omni Raitun, terceiro Lorde Imperial, comandante e aprendiz dos aprendizes, portador das armas e artes antigas. Lupuoskirus levante-se. O cavaleiro de Montris tem uma ordenação a fazer, não tem?
O novo Lorde se levanta, obedecendo as ordens. Lilith, que assistia a tudo tira seu arco e Raitun, juntando suas espadas às outras armas, diz:
– Demonstre o respeito apropriado, nobre sacerdotisa.
– Eu, Crossmusse Del Alfarroz II, Imperador do Grande Reino de Montris, portando a Frozen Flame a nomeio Lady, trigésima sétima Lampirerin Lilith no Yume, companheira fiel de Omni Raitun, 37° Lupuoskirus.
A sacerdotisa se levanta e o imperador continua – Agora homens, com as últimas peças nos devidos lugares, a vitória será nossa!

Capítulo 17 – Uma ideia


As palavras do imperador provocam um novo êxtase no reino, que vibra com os gritos dos soldados, até todos entrarem em um coro:
– Longa vida ao Imperador! Por Montris!
– Montrisianos! Afiem as lâminas enquanto fazemos nós uma reunião estratégica. – Após o breve pronunciamento, o nobre anão entra no castelo seguido por Raitun, Lilith, Yumi, Louise, Mary, Hitch, Sigfried, Otellus, Hanna, Alexis, Karen e Kitsu (não necessariamente nessa ordem). Grupo reunido, Otellus toma a palavra.
– Raitun, Lilith, alguma recomendação?
– Sim, tivemos uma ideia. –responde.
– Não, você teve. Uma ideia insana.
– Uma ideia insana que vai dar certo.
– Discutam depois –diz o imperador– Qual a ideia?
–Todo mundo irá defender Midgard, enquanto eu atravesso o exército com ela– aponta Lilith, de forma displicente por sinal– e vou direto para Rag-Finnaros.
– Você é louco? Grita ela, batendo na mesa em volta da qual todos estavam reunidos, sobre a qual havia um mapa mágico que mostrava em alto relevo detalhado a região. Um tipo de... Holograma super realista, digamos assim. Raitun abre seus olhos de raposa, e fixa os olhos prateados da elfa, invadindo descaradamente seu mundo espiritual. Uma floresta gigantesca e acolhedora, de árvores antigas. Em uma pequena clareira estavam ele e a sacerdotisa (que estava meditando).
– “Preciso do seu apoio”.
–“Precisa parar para meditar e pensar direito.”
– “Preciso parar de me espelhar em certa pessoa que carrega consigo a marca da morte e ainda assim ruma pra ela? Não, não vou deixar você ir assim enquanto eu tiver com o controle de meu espírito.
– “...”– O garoto se desfaz no mundo espiritual.
Voltando ao mundo real, Lilith toma a palavra.
– Ele não vai desistir de um plano arriscado que pode dar certo. É o único com alguma chance de sucesso, o melhor que nós temos. Cabe a vocês decidirem se vão nos seguir, ou perder mais tempo em vão tentando achar alguma outra maneira.
– Então, quem vocês vão querer? Indaga o imperador.
– Sigfried.
– Minha espada está ao seu serviço. E se o serviço é matar ou morrer, torna a coisa ainda mais gloriosa.
– Hitch?
– Ora garoto, a magia está ao seu alcance. Como diz a profecia, só magia derrota magia!
– Yumi.
– Os aiodromes estão prontos tuntun!
– Sacerdotisas?
– Enquanto contigo, curar-te-ei as feridas. –responde Alexis.
– Vamos lá. Guerras são interessantes para coletar material. – comenta a outra humana.
–Gran Imperador?
– O destino de Montris está em suas mãos.
– Então está decidido: o selo octeto acaba de tomar a forma definitiva. – Diz Otellus observando os oito.
– Talvez a nossa última grande missão... – comenta Yumi.
– Então, vamos cumpri-la ou morrer com honra tentando. A última grande campanha. – Responde com um sorriso quase assassino o general meio-orc, ainda assim com um ar de orgulho.
– Otellus, o seu trabalho é proteger a cidade e cuidar da fortaleza subterrânea, com os exércitos a disposição e suas habilidades não será tarefa difícil. – Diz Lilith– Karen, Hana, podem ajudá-lo.
– Ajuda motivacional ou espiritual? – pergunta Hana
– Se meus velhos olhos não me enganam, suas ajudas motivacionais colossais, e redondas. Motivacionais por serem quatro ajudas por serem das duas.
– Ótimo, o modo tarado do velho voltou... E olha que ele nem bebeu comigo hoje. – Responde Karen, espalhando-se com uma risada geral
– Ácades e o exército de celtamorfos estão a seu dispor.
–Ótimo. Agradeço Srta Sacerdotisa.
– Alguém quer um dragão?– Indaga Louise.
– Sim, já temos “ajuda motivacional” de mais.
– Então, os exércitos ficam como adição no poder de ataque/defesa?
– Concordo com o Sig... Atacar é ótimo. – responde Karen
–Que bom! – Exclama Alexis
– Estranho ver uma curandeira excitada com o derramamento de sangue.
– Não é isso. As Willow estão a caminho.
– Outra previsão?
– Não, ela sente as Willow – comenta alguém.
– Chamarei os magos restantes. Nossas forças estão contadas, precisaremos muito do plano de ataque/defesa.
– O plano de ataque/defesa é exatamente esse: nós oito vamos direto a Rag-Finnaros, o resto protege a cidade. Tenho uma leve impressão de que o exército imortal marca ao nosso encontro.
– Não é apenas impressão. – Diz Raitun apontando o mapa em cima da mesa. Este mostrava todo o continente, construções, florestas, templos, e uma mancha negra gigantesca onde deveria estar Antartia. Raitun percebe nitidamente com seus olhos de raposa a legião de pontos pretos atravessando continente.
– Estão vindo... Não estão? – Diz Lilly, encarando o espanto estampado em Raitun ao observar o mapa.
– A escala desse mapa está correta?
– Infelizmente sim... – Responde Alexis, dirigindo-se para a porta. – Não temos tanto tempo quanto esperávamos.
– Hora de mostrar como uma raposa ganha a guerra. – Diz Kitsu.
O grupo sai do castelo, e novamente o imperador toma a frente e a palavra:
– Todos em suas posições, o inimigo está vindo!
– Os exércitos tomam a posição na correria, recebendo ordens pelos seus aiodromes (é mais fácil do que gritar para todos.). O ancião levanta o cajado e diz algumas palavras na sua velha língua estranha. A esta altura o exército discípulo de Hermes para em frente à Midgard, com seus soldados, monstros e catapultas. Pareciam estar analisando o território, os muros, a posição dos arqueiros. O aprendiz faz o mesmo com seus olhos de raposa.  Os montrisianos estavam em enorme desvantagem numérica. O que ele estranha é uma mulher de vestido preto que estava à frente do exército fazer uma expressão que demonstrava certo espanto: Midgard sumira aos olhos do inimigo.
– Ancião, o que diabos você fez? Lançou uma alucinação no comandante inimigo? – Indaga o incipiente garoto.
– Não, algo bem mais elaborado.
– Uma barreira-espelhada. – Diz Mary
– Exato. Aliás, foi ela própria que criou a técnica. Resumidamente, os ataques de fora voltam para quem os lançou, e o espanto deles é que poder ver o que está dentro da barreira. É como se não existisse Midgard. O que eles estão vendo lá atrás são as árvores ancestrais.
– As Willow estão vindo! Diz Alexis Radiante.
– Tudo pronto sir! – Diz um oficial ao ancião.
– Raitun, as escolhas agora dependem de você. – Diz Otellus.
– Até onde estendeu a barreira?
– Um pouco além dos limites da cidade.
– Eles nos ouvirão de lá?
– Não podem perceber nada que estiver na barreira. – Diz ele, sorrindo confiante.
– Abram os portões.
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