Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Projeto - Parte 2, Capítulos 3 e 4



Capítulo 3 – Duplas problemáticas


– Sir Raitun! Lady Hana! – Mais problemas: Pyth voltou. Dessa vez junto de seu pai, e estão rumando para Midgard. A nossa mestra está segurando os dois com uma barreira e sendo auxiliada pela sacerdotisa Mary Anne. Elas não irão suportar por muito tempo.
– Precisamos ajudar. Algo mais a relatar?
– No momento não, Sir Raitun.
– Por que Yumi não entra em combate? E o que diabos Sigfried faz por perto sem ajudá-la? Indaga o aprendiz após sentir as auras do lugar.
– Querem nos ajudar a ganhar a aposta. Vamos nos apressar, aprendiz estúpido. –Responde Kitsu.
– Ainda não. Indo com corpo e alma avariados não vão poder fazer muita coisa.
– Alexis, a mestra em artes de cura. Sendo você quem diz, devemos realmente esperar. Diz a raposa, enquanto a recém aparecida Alexis começa seu trabalho. Envolvendo os alvos em escudos de mana e luz ela começa a recuperar não apenas as feridas físicas, como as espirituais, além de recuperar o mana dos guerreiros. Isso leva algum tempo, considerando a quantidade de alvos da magia e a quantidade de mana perdida. Após severos minutos gastos com a sessão de cura, o time de quatro pessoas (ou três pessoas e uma raposa, como preferir) se dirige ao campo de batalha. A elfa sacerdotisa retorna para seu templo, e reza por uma vitória sem maiores danos ao reino e seus habitantes. No caminho a raposa volta a se fundir com o aprendiz, e o time agora composto por uma raposa montada por duas mulheres estonteantes se põe novamente a caminho, planejando destruir os ameaçadores dragões.
– É, até que é confortável montar no aprendiz, não acha?
– Dessa vez eu concordo, tem algo de bom nele.
– Será que é confortável montar na forma original dele? – Pergunta Lilith com uma ligeira malícia em seu sorriso
– Não sei... Mas dá vontade de testar.
– Sei como é isso, também tenho.
– Parem de falar essas coisas pervertidas como se estivessem sozinhas! Diz o aprendiz interrompendo as duas.
– Mas estamos sozinhas, e montadas em uma raposa gigante.
– Dessa vez não temos culpa. Você quem foi ver o lado pervertido da situação, seu pervertido.
– Calem-se. – A raposa abaixa as orelhas e ganha velocidade rapidamente, Com o impulso Lilith Se desequilibra e abraça Hana para não cair.
– O que houve? Indaga Hana
– É que eu tive que me segurar para não cair.
– E foi segurar exatamente meus seios?
– Ah, foram as primeiras coisas que encontrei. Perdão.
– Você ainda está apalpando-os.
– São bem volumosos, assim como o aprendiz constatou. E macios. Bem macios.
– Pare com isso! Assim você vai acabar me deixando com vontade de... Pegar nos seus!
– Você quer coisa fofa?
– Posso mesmo? Diz Hana com os olhos cintilando
– Não, não pode! Grita o aprendiz interrompendo as duas – Parem com isso!
– Ora... Ataque de ciúmes. E olhe que nem começamos nada. – diz Lilith, na mais pura intenção de provocar o aprendiz. A raposa dessa vez foi mais esperta, e o foi suficiente para fugir da armadilha.
– Vulpes agilita! – Dizendo as palavras certas, a raposa se move para o destino como um raio de luz.
– “Parabéns... aprendeu a minha técnica. Aliás, fez algo mais: aprendeu o nome da técnica. Saiba que existe um abismo de diferença em saber ou não saber o nome.”
– “Deu para perceber pelas espadas. Elas eram apenas espadas até eu conseguir ouvir seus nomes.”
– Finalmente chegou, diz a voz de Lilith.
– Raposas são tão desligadas a ponto de chegarem atrasadas nas suas missões? –Indaga Hana
– “Não, já os aprendizes pervertidos cujo mestre raposa não tem controle da velocidade...”
– “Dane-se, raposa estúpida.”
– “Olhe para frente e responda, aprendiz idiota.”
– “Perdão pelo atraso”, responde o aprendiz. Só após isso nota que apesar do peso de suas costas se manterem igual, as duas mesmas mulheres sorriam à sua frente.
– Estranho... Algum tipo de ilusão?
– Não, tente novamente. – respondem as quatro juntas.
– Ahn... Aqui a matéria pode ocupar dois lugares simultaneamente?
– Não, aqui nós podemos fazer clones. – Dizem as originais, enquanto os clones se desfazem em fumaça.
– Explique-se.
– Treinamento. Você deveria estar atento, perceber que eram clones e se apressado. Fique sempre alerta Raitun, pessoas podem se transformar em algum aliado seu, mas se você estiver alerta pode detectar que é um impostor. – Explica Hana
– Há quanto tempo... Quem é você mesmo? – diz Lilith
– Esqueceu meu nome agora?
– Mentira! Era brincadeira, coisa fofa. Após uma pausa, ela continua: estive te esperando.
– Como assim?
– Há muito tempo... Estive te esperando.
– Do que você está falando?
– Te esperei muito... Muito, muito... Por muito tempo. – Lilith abraça o aprendiz, o mais forte que pode, mesmo que ele não esteja em forma humanóide. O aprendiz em sua forma de raposa, sendo esquentado pelo calor do corpo da sacerdotisa responde
– Não entendo... Mas sinto que são palavras tristes... Muito... Muito tristes. Farei o que puder para entender... Portanto, tente me ajudar com isso.
– Ajudarei no que for necessário, coisa fofa.
– O casal pode parar com o namoro e se concentrar?
– Não somos namorados! Dizem os dois ao mesmo tempo, em sincronia perfeita
– Ainda não... – Comenta Yumi.
– Abra a barreira, fala a raposa, e a Arquiduquesa atende prontamente o pedido. Assim recomeça o embate das bestas. Pyth contra a raposa, Hanna e Lilith contra Loth. Sem paciência, e talvez para contrariar a última batalha, o primeiro dragão é fácil e rapidamente vencido com uma mordida no pescoço. O grande problema agora era Loth.  O pai do dragão morto, que além de poderoso era arrogante, estava “apenas esmagando insetos”.
– As suas flechas são a única das nossas habilidades que causa algum dano nele.
– Mas não são poderosas o suficiente.
– E se elas fossem poderosas o suficiente?
– Como você pretende causar um dano tão maciço e derrubar um dragão com uma flecha?
– Usando meu mana além do seu, diz o garoto voltando à forma original. Vamos unir nossos poderes assim como fiz com a raposa.
– Não nos resta nada a não ser tentar. Kitsu, Hanna, criem uma abertura. Yumi, Mary, fiquem na cobertura, assim não se esforçarão tanto.
– Graciosa até nas mínimas ordens, comenta Raitun.
– Galante como sempre. – Responde a sacerdotisa, e após a situação acena para o aprendiz, este põe sua mão sobre o ombro dela e transfere um pouco do seu poder para ela, que lança os dois poderes no coração do dragão.
– Vocês (se referindo também a Kitsu que havia ajudado no último golpe) não precisavam ter dado tanto poder para minha flecha, o de um só é suficiente. Acho.
– O que importa é que ganhemos nossa aposta, ou talvez um pouco mais.

Capítulo 4 – Algo bom e Nada bom


– Nada bom. Algo mais poderoso está vindo, comenta Yumi com uma expressão preocupada.
– Mais poderoso quanto?
– Mais do que os outros dois juntos. Não entendo, a existência dele havia sido apagada há tanto tempo, não acredito que seja realmente ele.
– Quem é esse “ele”? Pergunta o garoto.
– Ayenth.
– Ayenth?! Indaga um coro incrédulo.
– Quem diabos é Ayenth?
– Temos tempo para isso? Pergunta a grande raposa. Após receber uma resposta positiva retoma as palavras. Preste atenção garoto, pois tenho uma história antiga e dominada por magias para lhe contar. Embebida em coisas épicas, excentricidades e valores. Um breve silêncio tomou conta do local naquele momento.
– Por que a hesitação Kitsu? Pergunta Raitun, afinal em vez de história escutou silêncio após aquelas palavras.
– Tempus levitatus... É o que ela responde.
– O tempo voa, em uma língua morta do seu mundo. Para os personagens de uma história tudo parece ter acontecido ontem, ou estar acontecendo, diz Lilith.
– Voltando os ponteiros, você vai descobrir muitas coisas ocultas. – Talvez a raposa tenha dito isso como forma de traduzir algo que Lilith resmungou de forma não compreensível. A sacerdotisa continua.
– Deixe isso comigo. Não é o momento certo de se ficar contando histórias épicas. Quando for faço bom uso do recurso.
– Concordo. E antes de tudo, é uma sugestão da grande Lilith, comenta Yumi. Hanna acena positivamente, mostrando concordar também.
– Já que todas as meninas concordaram, o seu desejo mútuo será uma ordem. Lembre-se de todos os detalhes se possível.
– Um detalhe muito importante é o local do seu túmulo: aqui.
– E você é...?! Pergunta Lilith, fitando o encapuzado que acabar de proferir e rase e aparecer em meio a eles. Em vez de responder verbalmente, este se transforma em um dragão. Um enorme dragão. Negro, maior que os outros dois e com uma aura terrível, realmente densa e assustadora para o aprendiz.
– Holy Arrow! São as primeiras palavras da batalha proferidas por Lilith, invocando uma flecha de luz sagrada. A flecha causa um dano considerável na asa do dragão, infelizmente ele também tem uma regeneração estupidamente rápida. O aprendiz puxa suas katanas e começa a tentar atacar o dragão. Apesar do empenho e da quantidade de golpes, os ataques físicos do aprendiz são inúteis em relação a regeneração quase instantânea. Os ataques com a música vindos da guitarra de Hanna também não surtem efeito. Canções de ninar não fazem demônios terem pesadelos, a melodia dos trovões não traz nenhum medo aos orgulhosos serem acostumados a rotineiramente aniquilar cavaleiros: Uma flecha sagrada abre mais um furo em sua asa, e é o que o grupo precisava para matar a charada do ponto fraco do inimigo.
– Use novamente seu poder! Grita Raitun. E dessa vez, mantenha o foco no coração!
– A marca inscrita nesse coração orgulhoso é muito grande para este simples inseto que vocês chamam de sacerdotisa arranhá-lo. Nossa escuridão é mais densa que a sua luz, e por isso este lugar seu túmulo.
– Como diria a Louise... No reino de Montris o inseto esmaga VOCÊ! Gritou o aprendiz e continuou a mensagem diretamente dirigida para a mente da sacerdotisa.
– “Por que ainda não atirou?”
– “Por que meu poder é suficiente. Você viu que não é, que a regeneração dele é muito alta. Se eu quisesse atirar duas flechas no meio tempo ele teria se regenerado.”
– “Eu já sei, e já disse para você usar o meu poder junto do seu se preciso. Confie em mim”
– Vamos?
– Vamos.

Projeto - Parte 2, Capítulo 2



Capítulo 2 – Um inseto entre bestas antigas


– O que veio fazer aqui humana? O que você é para querer entrar em nossa luta?
– Ah, apenas um inseto. Diria até que sou... Um grilo falante, quem sabe. Porém, como será que ficaria o orgulho de um dragão que foi vencido por um grilo falante?
– Uh, e o “poderoso grilo falante” pretende me esmagar?
– Ora, como diria uma sacerdotisa de nosso reino, No reino de Montris, o inseto pode esmagar VOCÊ!!!
– Você é a próxima da lista então – o dragão se vira para a raposa, juntando mana e os raios em volta das asas. Canaliza tudo em um único ataque em lança na raposa de três caudas. A “intrusa” aparece entre a raposa e o ataque, tocando uma música em um violino. Uma barreira mística se levanta à sua frente, e o ataque é parado com facilidade, sem surtir nenhum efeito.
– Defense sonata.
– Você usou uma música para criar uma barreira... É assim que pretende me esmagar? Vai invocar uma orquestra como seu exército?
– Requiem of Dreams. – A música tocada muda, e o dragão desaba. Dormindo em sono profundo. –Vocês dragões tem o ego muito grande. E a boca também.
– Quem é você, e como fez isso?
– Ah, então não é a Kitsu de verdade, por isso estava apanhando. Fiz isso exatamente do jeito dragão disse. Uma música. Se palavras têm poder, imagine quando inseridas em uma melodia? A música tem seu poder se tocada da maneira certa.
– Você pode me ensinar?
– Não, ainda não. Hora de acordar o dragão. Vá.
– Acordar aquele dragão que estava prestes a me matar a alguns instantes atrás?
– É exatamente aquele. Não tem outro aqui, tem? Não questione aprendiz, apenas faça o que estão lhe mandando. – diz Lilith, que acabara de recobrar os sentidos, com uma voz fraca. Com alguns ataques a raposa finalmente consegue acordar o dragão, mas pela reação deste, ele não estava tendo uma boa noite de sono com bons sonhos.
– Maldita sejais tu, pirralha anã! Serás reduzida a cinzas!
– Pirralha? Anã? – a garota com o violino começa a rir – me reduzir a cinzas... –o riso se torna uma gargalhada debochada, que para repentinamente. – Depois do sono de beleza, o choro e a piada. Está na hora de voltar para debaixo da asa de seu papai.
– Toque, pequena mestra. – diz o aprendiz raposa.
– Requiem of fear. Além da mudança de música, agora há um mudança de instrumento. O violino se transforma em uma guitarra roxa, e a música calma se transforma em uma música realmente assustadora, que parecia ter como acompanhamento as vozes dos que já se foram. A misteriosa pessoa encapuzada some junto com a chuva, deixando o céu nublado vigiar as duas bestes e as duas mulheres. O pavor da música toma conta do dragão, e este trata de fugir, como se fugisse do seu maior medo em sua essência.
– Primeiro um violino, e agora uma guitarra. E ainda por cima, só a guitarra. Mundo realmente estranho. Mas, por que você fez aquilo?– indaga o aprendiz
– Para que ele não lhe matasse. Você ainda é fraco. – O comentário atiçou o fogo da raposa novamente. Ao perceber que a quarta chama está quase acendendo, a garota puxa da manga uma flauta de bambu e troca novamente de melodia. As chamas começam a se apagar, e o nome da melodia se revela: Sealed flute. Kitsu volta ao mundo físico e o aprendiz, em sua forma original inicia mais um questionário.
– Habilidade interessante. Você consegue tocar algo que traga comida? Lutar me deixou faminto.
– Não, ainda não achei esta partitura.
– Qual o seu nome?
– Hana.
– Um nome do tamanho dela, não concorda? – comenta Kitsu.
– Vá se danar, raposa estúpida. – respondem os dois a Kitsu
– E você se fizer alguma piadinha está morto. – diz Hana, agora bem próxima a Raitun.
– Entendido. A senhorita se incomoda em tirar um pouco o capuz?
– Acho que me incomoda mais ser chamada desse jeito. –diz ela, tirando o capuz
– Hum... Aproximadamente um metro e meio, cabelos e olhos castanhos... Pele negra, ah, e seios volumosos... – diz ele, pensando alto enquanto escreve as coisas no seu caderno de anotações. Alto de mais. Alto o suficiente para ser interrompido por um murro da musicista, agora de costas para ele e recolocando o capuz.
– Mais uma palavra sobre eles e lhe garanto uma morte lenta e dolorosa, bem dolorosa.
– Tuntun, que tal então falar dos meus e ficar vivo? –Diz Lilith, enquanto o aprendiz escreve algo e tenta responder (Talvez tenha sido alguma reação a dois volumes que lhe pressionavam as costas).
– I-isso lá é coisa para uma sacerdotisa ficar dizendo? –grita o aprendiz, tentando se desvencilhar do abraço por trás dado por Lilith. –Ah, quanto à minha morte, seria uma honra morrer em suas mãos, porém sinto que não posso morrer ainda.
– “Como você se recuperou?”– pergunta mentalmente para Lilly
–“Tenho meus truques garoto.”
– Não pode morrer ainda, por...?– indaga Hana
– Por que preciso ganhar a aposta!
– Você é fraco.
– Então me ensine como colocar as músicas em minha lâmina! – “ou, algo do tipo” pensa ele.
– Como diria a Louise, No reino de Montris, a música aprende sobre VOCÊ!
– Pare de imitar a Louise, é muito repetitivo.
– Nessas horas me lembro da estranha sabedoria dela, apenas isso.
– Mas, e então...
– Então você deve aprender sozinho o que deve aprender sozinho.
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