Capítulo 8 – Cumulus Nimbus
– O que é “principal” pra vir
antes de um nome?
– Uma alma, é claro...
– Como assim?
– É melhor que eu lhe mostre.
Presumo que gosta de espadas, não? – Antes de dar chance de resposta, Yumi
movimenta seu báculo, e “puff”, espadas de vários tamanhos e modelos aparecem
por todos os lados da sala. Flutuando, pelo chão, nas paredes... A grande sala
vazia agora era mais parecida com um salão de armas.
– Devo escolher uma delas?
– Não, elas que irão lhe
escolher. Sente algo diferente vindo de alguma espada?
– Hum... Ainda não, talvez se... –
E Raitun fecha os olhos, estendendo os braços, e se concentrando. Nessa posição
começa a ouvir duas vozes sussurrantes que dizem: “Liberte-me... liberte-me...”
–Duas vozes me chamando... Parecem
vir das espadas... É algo desse tipo?
–Duas?! Isso é estranho... Duas...
Nada comum. Chame-as até você.
– Vozes desconhecidas, peço-lhes
que venham até mim! Não posso afirmar que posso cumprir vosso desejo.
Atrapalhado como sou, irei tentar!– Ele sente duas presenças se aproximando,
mais perto, mais perto. Após isso, ele se vê com uma espada em cada mão. As
duas o escolheram. Apesar de iguais, lhe passavam diferentes sensações, são
iguais por foras, mas no fundo eram duas espadas diferentes. “Cumulus Nimbus,
as katanas gêmeas de fio negro... únicas.” é o que pensa Yumi naquele momento.
– Agora sua iniciação está terminada.
– Diz a Arquiduquesa com um sorriso.
– Finalmente, padawan tuntun! – O
garoto além de ter se assustado, se irritara com a dona daquela voz, e se vira
rapidamente desferindo uma espadada na mesma, que se esquiva sem maiores dificuldades.
– Maldição, não me chame assim
Hitch. E não apareça assim do nada!
– Que seja... Mas a Cumulus e a
Nimbus não te escolheram para acabarem como brinquedo.
– Cumulus e Nimbus... Elas me
falaram sobre. Sabe, elas também me lembram a chuva.
– E...?! – dessa vez era a Arquiduquesa
indagando.
– E a chuva me lembra alguém.
– E lá vai ele lembrar de novo
disso... “Ela”... – Comenta Hitch
– Quem é “Ela”?– Pergunta Yumi
– Ela é a chuva, e eu a
tempestade, somos inseparáveis, fazendo estragos imensuráveis. Sempre juntos,
rindo dos humanos. Talvez um par perfeito, brincando com a humanidade tão
saturada de defeitos. – E em meio a essas palavras, Raitun apenas sorri de
forma brilhante como não havia feito até aquele momento dentro do tal reino
mágico. Deitou–se no chão após isso, fechando os olhos e saboreando a
felicidade.
“Pirralho, quer saber mais sobre
nós?” Diziam as espadas, interrompendo seu transe. Apenas ele podia escutá-las,
Era como escutar seus pensamentos, era como se elas estivessem agora dentro
dele. O garoto responde um “sim” mentalmente, porém como um círculo vicioso
sempre se repete tudo conspira para que haja uma quebra de pensamentos no
aprendiz. O empecilho da vez eram as portas do salão onde estavam se abrindo,
revelando um velho homem, com uma capa roxa que lhe cobria por inteiro.
– Pontual como sempre... –
Comenta Hitch.