Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

sábado, 12 de abril de 2014

Projeto - Capítulo 8



Capítulo 8 – Cumulus Nimbus


– O que é “principal” pra vir antes de um nome?
– Uma alma, é claro...
– Como assim?
– É melhor que eu lhe mostre. Presumo que gosta de espadas, não? – Antes de dar chance de resposta, Yumi movimenta seu báculo, e “puff”, espadas de vários tamanhos e modelos aparecem por todos os lados da sala. Flutuando, pelo chão, nas paredes... A grande sala vazia agora era mais parecida com um salão de armas.
– Devo escolher uma delas?
– Não, elas que irão lhe escolher. Sente algo diferente vindo de alguma espada?
– Hum... Ainda não, talvez se... – E Raitun fecha os olhos, estendendo os braços, e se concentrando. Nessa posição começa a ouvir duas vozes sussurrantes que dizem: “Liberte-me... liberte-me...”
–Duas vozes me chamando... Parecem vir das espadas...  É algo desse tipo?
–Duas?! Isso é estranho... Duas... Nada comum. Chame-as até você.
– Vozes desconhecidas, peço-lhes que venham até mim! Não posso afirmar que posso cumprir vosso desejo. Atrapalhado como sou, irei tentar!– Ele sente duas presenças se aproximando, mais perto, mais perto. Após isso, ele se vê com uma espada em cada mão. As duas o escolheram. Apesar de iguais, lhe passavam diferentes sensações, são iguais por foras, mas no fundo eram duas espadas diferentes. “Cumulus Nimbus, as katanas gêmeas de fio negro... únicas.” é o que pensa Yumi naquele momento.
– Agora sua iniciação está terminada. – Diz a Arquiduquesa com um sorriso.
– Finalmente, padawan tuntun! – O garoto além de ter se assustado, se irritara com a dona daquela voz, e se vira rapidamente desferindo uma espadada na mesma, que se esquiva sem maiores dificuldades.
– Maldição, não me chame assim Hitch. E não apareça assim do nada!
– Que seja... Mas a Cumulus e a Nimbus não te escolheram para acabarem como brinquedo.
– Cumulus e Nimbus... Elas me falaram sobre. Sabe, elas também me lembram a chuva.
– E...?! – dessa vez era a Arquiduquesa indagando.
– E a chuva me lembra alguém.
– E lá vai ele lembrar de novo disso... “Ela”... – Comenta Hitch
– Quem é “Ela”?– Pergunta Yumi
– Ela é a chuva, e eu a tempestade, somos inseparáveis, fazendo estragos imensuráveis. Sempre juntos, rindo dos humanos. Talvez um par perfeito, brincando com a humanidade tão saturada de defeitos. – E em meio a essas palavras, Raitun apenas sorri de forma brilhante como não havia feito até aquele momento dentro do tal reino mágico. Deitou–se no chão após isso, fechando os olhos e saboreando a felicidade.
“Pirralho, quer saber mais sobre nós?” Diziam as espadas, interrompendo seu transe. Apenas ele podia escutá-las, Era como escutar seus pensamentos, era como se elas estivessem agora dentro dele. O garoto responde um “sim” mentalmente, porém como um círculo vicioso sempre se repete tudo conspira para que haja uma quebra de pensamentos no aprendiz. O empecilho da vez eram as portas do salão onde estavam se abrindo, revelando um velho homem, com uma capa roxa que lhe cobria por inteiro.
– Pontual como sempre... – Comenta Hitch.

Sobre o nome do protagonista

Algumas pessoas acharam ruim de pronunciar. Eu pronuncio meio que como "ômini ráitún". Enfim, esse nome surgiu de uma associação muito doida com digimon. Eu adoro digimon, e lá tem um digimon chamado Omnimon, que é a fusão do Wargreymon com o Metalgarurumon. Em japa, é chamado "Omegamon", por isso (spoiler) ele vai ter vários "omega" tatuados no corpo (spoiler). Como ômega também é a letra final do alfabeto é encarada como simbologia do fim, ou seja, Raitun também é uma espécie de princípio destruidor em que tudo acaba. Akemi (personagem da "parte 4") terá vários alfas tatuados pelo corpo, por ser uma espécie de encarnação do princípio criador. Omnia em latim é "tudo", e aí eu resolvi juntar o útil ao agradável e homenagear o digimon que eu mais gosto e criar um nome que refletisse os poderes do protagonista, que são (spoiler) associados com raios e raposas (spoiler). E aí surgiu o "Omni Raitun", que meio que significa "todos os raios". Ou seja, uma tempestade.

Projeto - Capítulo 7



Capítulo 7 – Omni Raitun


– Seu nome é o que eu irei lhe dar, esta é a minha função. Aqui, ele será o seu nome.
– T-tá... Mas, qual?– E antes da resposta, vem mais uma interrupção do coral de Aiodromes.
– Mestra, mestra, é chegada a hora!
– Exatamente, iniciando ritual! – Diz ela sorrindo docemente.
A Arquiduquesa bate com o báculo no chão, e começa a emanar um brilho em volta dela, como se fosse uma aura. Um círculo se desenha no chão, contendo várias letras estranhas e incompreensíveis. Dessa circunferência, saem cinco linhas distintas, como uma estrela, cujas pontas formam uma circunferência maior. Nesta circunferência maior agrupam-se os Aiodromes, formando assim uma meia esfera, que recobre os dois. O Aiodrome azul de antes se posiciona acima da cabeça do garoto.
– Ajoelhe-se, ou curve-se, se preferir. – “Você é alto” Pensa ela. E após ele se curvar, ela continua: – Eu, a Arquiduquesa dos Aiodromes Namizake Yumi, uma dos três Lordes Imperiais de Montris, neste momento lhe dou o seu nome. A partir deste momento, seu nome é Omni Raitun.
– Yes, my Lady!
– Agora, alguns presentes que serão indispensáveis, tuntun.
–Lady, eu bateria em você agora, se isso não fosse considerado algo tão rude. E o Aiodrome azul responde ao recém nomeado no lugar da nobre.
– Péssima ideia, Sir Raitun.
– É eu sei... Arquiduquesa, quais são os tais presentes?
– Primeiramente, esse Aiodrome é seu, afinal todos aqui têm o seu próprio Aiodrome. Você não é exceção.
– E quais as Utilidades de um Aiodrome?
– Basicamente, a comunicação, sir. Temos várias utilidades a mais, porém, aconselho que deixe para mais tarde o aprofundamento nesse assunto. – Responde o Aiodrome.
– Vou seguir seu conselho, parece que esses aconselhamentos são uma boa utilidade, no final das contas.
– Agora, hora de dar-lhe vestes apropriadas e dignas. Feche os olhos, tuntun! – Diz a nobre, rindo dessa vez.
– Lady, quer mesmo apanhar?
– Oh, não faça isso, por favor...
– Então, não me chame assim se me deu um nome!
– Assim é mais prático, menor, fácil de decorar e também... É bonitinho oras! – É o que responde Yumi, um pouco sem jeito ao dizer aquilo.
– Em minha opinião, aprendizes não deveriam ser chamados por algo “bonitinho oras!” – Responde o garoto, imitando a voz da Arquiduquesa na última expressão.
– Então, aqui vai algo em troca, espero que seja equivalente. “E o que seria”, você vai perguntar, não é?Uma permissão especial. Permito que você me chame apenas de Yumi, sem obrigações de etiqueta... isso será justo.
– Considerando isso como um presente, eu aceito. E quantos têm essa permissão de ser tão diretos com a Yumi?
– Apenas os Lordes, e poucas pessoas de nível equivalente.
– Mestra, por favor, mantenha o foco. – Sim, é novamente um Aiodrome interrompendo o que seria uma longa e agradável conversa.
– Verdade, foco. Foco... Foco... Hora das vestes. – Após falar isso, Yumi encosta seu báculo em Raitun, que percebe sua roupa se modificando. E agora, finalmente as tais vestes apropriadas: Uma calça longa e branca, com um hakama por cima, também branco. (hakama é um tipo de “calça” japonesa que é colocado por cima da roupa normal, possuía pregas e eram bem largas, ajudava a dificultar a leitura dos pés em uma luta, era muito usada por samurais.) Uma camisa acinzentada, que aparece pouco, pois há por cima dela um, sobretudo branco, com uma letra ômega maiúscula (Ω) inscrita na parte das costas, tomando as quase por completo. O sobretudo era longo, tanto nas mandas, que quase encobriam suas mãos (agora revestidas por luvas pretas), como em comprimento, descendo até um pouco depois do joelho, onde parecia ter um efeito de rasgado/desfiado. Para segurar a calça e o hakama, ou talvez apenas para compor, uma faixa preta. Também usava botas agora, quase que totalmente escondidas pelo hakama (era pra isso que o hakama servia principalmente) e que eram pretas.
O garoto se olha, como se não reconhecesse mais, e exclama: – Incrível!
– E agora, o principal.
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