Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Projeto - Capítulo 21



Capitulo 21 – “Assuntos pendentes”


– Das armas? Que nem a Yumi fez? Fazer suas armas aparecerem do nada? Sabe... Certas pessoas iludem os outros fazendo isso acontecer de forma enganosa no meu mundo, lá isso é a “magia”. Mas, aqui realmente é possível?
– Sim, e também fazer o mesmo com os espíritos contidos nelas. – “Que magos fracos existem no mundo dele”– Pensa Lilith
– “Espíritos contidos nelas”?
“– Sim, idiota, achou que éramos sua consciência enciclopédica ou algo do tipo? Achou que éramos algum tipo anormal de alucinação?!” – Gritam as gêmeas katanas indignadas em sua mente.
– Ah, entendo... Espíritos... Não é? – Diz o aprendiz em voz alta.
– Isso seria um tanto demorado se não tivéssemos um fato interessante como carta na manga. – Diz Kitsu.
– Verdade, esta carta. – Diz Lilith, e libera novamente o arco. Junto dele aparece uma alta e desconhecida figura de kimono branco e estranhas asas de falcão nas costas. O mais estranho era que sua aura parecia familiar.
– Mantenha o foco, Mihawk! – Ela e o estranho começam a alvejar o aprendiz com uma rajada de flechas, e este desvia as primeiras puramente por reflexo, as restantes graças a seus olhos e katanas.
– Raitun, apresento-lhe o maldito Mihawk. – Diz uma voz familiar atrás dele, com uma aura também atrás dele.
– Quer ajudar-nos a matá-lo? – Diz outra voz familiar, se apresentando da mesma maneira.
– Ou seu código de honra prefere que nós o façamos ser reduzido a pó sozinhas? – O aprendiz olha para trás, reconhecendo as vozes e estranhando o cheiro de tempestade atrás dele. Eram as gêmeas katanas, que se materializaram com a provocação de Mihawk.  A única diferença visível era em suas roupas, As duas usavam um kimono cujos detalhes eram raios, e uma das mangas era maior e rasgada na ponta, chega a dar impressão de que não havia nada sendo coberto por aquela manga, ou que o que estava ali coberto por aquela manga não queria se mostrar de jeito nenhum. Enquanto na roupa de Cumulus a base era branca, os detalhes eram negros e a manga maior era a direita, em Nimbus as coisas eram invertidas (a base, os detalhes, e o lado da manga). Tirando a aura e a roupa, eram iguais: tinham 1,55m, um rabo de cavalo que prendia um cabelo que lembrava a cor da aura de Raitun, um símbolo incompreensível estampado na testa, e camuflado por uma franja. Olhos e pele relativamente claros. O susto foi inevitável, a dúvida sobre o que ocorria também, mas quase tudo foi rapidamente assimilado. O que faltava era saber por que Mihawk, o arco de Lilith pareceu provocar as duas, e por que elas atenderam tão prontamente se materializando. As duas katanas de lâmina negra agora eram duas mulheres de aspecto magnífico, e de presença magnífica e ao mesmo tempo assustadora. E a lâminas que estavam em posse do aprendiz liberam faíscas se chocando com o arco de Mihawk. As armas agora estavam nas mãos dos espíritos, e não dos donos.
 Enquanto as armas tentam se matar, os seus donos se aproximam para tentar retomar a conversa.
– Explique-se.  – diz Raitun
– Simples, Mihawk provocou as gêmeas fofas, e elas caíram, se materializando e aceitando um suposto duelo.
– E ficamos olhando até a mana delas acabar?
– Não, isso iria demorar muitas eras, afinal, eles têm muitos “assuntos pendentes” para resolver.
– “Assuntos pendentes”...como assim?
– Bem, é que o Mihawk se ligou a elas há muito tempo atrás, e até agora não decidiu se iria casar com uma delas, com as duas ou nenhuma.
– Ah... entendi...Que problemático. O que vamos fazer, já o improvável acerto de contas não virá nem tão cedo?
– Eu chamo o Mihawk de volta, você materializa suas espadas e chama as gêmeas de volta.
– A sacerdotisa-san tem uma mania de dizer algo complicado do mesmo jeito que diz “respire”, não concorda, Kitsu? – O aprendiz suspira irritadiço, pelo fato da raposa novamente ter sumido. Após mais um suspiro, continua. – É uma tradição aqui no reino os seres sumirem quando vão ser chamados/acionados?
– Quem sabe? Apesar de ser uma representante importante, não sigo a risca a maioria dos hábitos daqui. Digamos que assim como você, sou um pouco diferente.
– E por qual motivo?
– Sigo meus próprios sentimentos e princípios, “siga seu coração antes de tudo, para tudo, e sobretudo, sobre tudo”, é uma frase que me acompanha há muito tempo.
– Então, pelo visto teremos um bom relacionamento daqui em diante. A Srta um pouco diferente poderia fazer as honras? Acho que eles já gastaram energia suficiente. – Realmente as armas já estavam ofegantes, e pareciam se apoiar na mais pura teimosia. Lilith estende a mão, e murmura algumas palavras inaudíveis, o que provavelmente foi a causa de Mihawk se transformar em puro mana e retornar ao pingente da sacerdotisa. Após isso ela faz um aceno de cabeça para Raitun, que estende a mão e grita:
– Retornem as suas lâminas! Chega disso! – E Lilly balança a cabeça em sinal de desaprovação, parecia ter visto o que aconteceria a seguir.
katanas – Esta é a maneira de tratar alguém do nosso nível?
– Como ousa tratar as damas da tempestade de maneira tão vulgar? Quem é você para fazer isso?– E as duas investem furiosamente contra o próprio mestre. Este, sem as lâminas, usa sua forma híbrida de raposa e humano e consegue ao menos desviar os golpes.
– Prove-nos que é digno de ser nosso mestre, seu retardado! Prove que não é apenas um humano fraco, que aprendeu alguma coisa em seus treinamentos! Mostre-nos que a sua alma realmente está conectada com a nossa antes que a gente destroce com nossas lâminas e procure um mestre melhor! – Gritavam as gêmeas, enquanto atacavam vigorosamente o aprendiz.
– Alma? Não. MANA. – Foram as palavras do mestre das lâminas negras. Estas parecem não ter escutado, e formam um X cruzando suas lâminas. Das lâminas sai uma lâmina de mesmo formato feita de mana e indo direto em direção ao aprendiz.
– Ora, ora, suas gêmeas INSOLENTES! – e o poder de Raitun cresce dessa vez, em de desviar-se do ataque ele apenas tenta segurá-lo com suas mãos, sendo arrastado por alguns metros até contê-lo. Ao fazer isso, começa a rosnar olhando as gêmeas, e faz as espadas se materializarem a partir das duas lâminas que o atacaram em forma de X.
– Retornem ao seu lugar, gêmeas insolentes, a alma de seu mestre lhe ordena! – Diz ele, com um timbre de voz que espantou Lilly. Ela pareceu ter se lembrado de algo familiar vendo a cena, as gêmeas e os vestígios do ataque retornando lentamente a sua forma “inofensiva” de katana.
– Uma raposa é tão assustadora... Não me lembrava que era tanto assim... – Diz Lilith após um breve suspiro.
– Como disse a grande raposa, “não subestime o inimigo, não pense em subestimar seus aliados, e nunca tenha a ideia de subestimar uma raposa”. – Diz ele, para sua surpresa em dueto com Kitsu, que havia reaparecido. Continua sozinho – Pode ser MORTAL.
O trio cai em risos após a cena, e olhando para Lilith e para a raposa, Raitun diz: – Considerando que você reapareceu, minha missão aqui acabou, correto?
– Sim, precisamos ir até outro lugar. Espero que tenha aprendido o suficiente.
– Até o próximo encontro, raposas! – Diz Lilith após outro suspiro. Acabou dizendo isso ao vento, as raposas já estavam bem à frente. Ela se vira e vai andando de volta ao seu templo. – Assim começa o inferno. Que ele congele, destrua e purifique coisas impuras. Que sejam retirados os empecilhos do seu caminho, aprendiz. Volte aqui são e salvo. – E ela balança a cabeça, como que querendo cortar a linha de pensamento – Hora de voltar à triste, solitária e gélida rotina.
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