Capitulo 21 – “Assuntos pendentes”
– Das armas? Que nem a Yumi fez?
Fazer suas armas aparecerem do nada? Sabe... Certas pessoas iludem os outros
fazendo isso acontecer de forma enganosa no meu mundo, lá isso é a “magia”.
Mas, aqui realmente é possível?
– Sim, e também fazer o mesmo com
os espíritos contidos nelas. – “Que magos fracos existem no mundo dele”– Pensa
Lilith
– “Espíritos contidos nelas”?
“– Sim, idiota, achou que éramos
sua consciência enciclopédica ou algo do tipo? Achou que éramos algum tipo anormal
de alucinação?!” – Gritam as gêmeas katanas indignadas em sua mente.
– Ah, entendo... Espíritos... Não
é? – Diz o aprendiz em voz alta.
– Isso seria um tanto demorado se
não tivéssemos um fato interessante como carta na manga. – Diz Kitsu.
– Verdade, esta carta. – Diz
Lilith, e libera novamente o arco. Junto dele aparece uma alta e desconhecida
figura de kimono branco e estranhas asas de falcão nas costas. O mais estranho
era que sua aura parecia familiar.
– Mantenha o foco, Mihawk! – Ela
e o estranho começam a alvejar o aprendiz com uma rajada de flechas, e este
desvia as primeiras puramente por reflexo, as restantes graças a seus olhos e katanas.
– Raitun, apresento-lhe o maldito
Mihawk. – Diz uma voz familiar atrás dele, com uma aura também atrás dele.
– Quer ajudar-nos a matá-lo? –
Diz outra voz familiar, se apresentando da mesma maneira.
– Ou seu código de honra prefere
que nós o façamos ser reduzido a pó sozinhas? – O aprendiz olha para trás,
reconhecendo as vozes e estranhando o cheiro de tempestade atrás dele. Eram as
gêmeas katanas, que se materializaram com a provocação de Mihawk. A única diferença visível era em suas roupas,
As duas usavam um kimono cujos detalhes eram raios, e uma das mangas era maior
e rasgada na ponta, chega a dar impressão de que não havia nada sendo coberto
por aquela manga, ou que o que estava ali coberto por aquela manga não queria
se mostrar de jeito nenhum. Enquanto na roupa de Cumulus a base era branca, os
detalhes eram negros e a manga maior era a direita, em Nimbus as coisas eram
invertidas (a base, os detalhes, e o lado da manga). Tirando a aura e a roupa,
eram iguais: tinham 1,55m, um rabo de cavalo que prendia um cabelo que lembrava
a cor da aura de Raitun, um símbolo incompreensível estampado na testa, e
camuflado por uma franja. Olhos e pele relativamente claros. O susto foi inevitável,
a dúvida sobre o que ocorria também, mas quase tudo foi rapidamente assimilado.
O que faltava era saber por que Mihawk, o arco de Lilith pareceu provocar as
duas, e por que elas atenderam tão prontamente se materializando. As duas
katanas de lâmina negra agora eram duas mulheres de aspecto magnífico, e de
presença magnífica e ao mesmo tempo assustadora. E a lâminas que estavam em
posse do aprendiz liberam faíscas se chocando com o arco de Mihawk. As armas
agora estavam nas mãos dos espíritos, e não dos donos.
Enquanto as armas tentam se matar, os seus
donos se aproximam para tentar retomar a conversa.
– Explique-se. – diz Raitun
– Simples, Mihawk provocou as
gêmeas fofas, e elas caíram, se materializando e aceitando um suposto duelo.
– E ficamos olhando até a mana
delas acabar?
– Não, isso iria demorar muitas
eras, afinal, eles têm muitos “assuntos pendentes” para resolver.
– “Assuntos pendentes”...como
assim?
– Bem, é que o Mihawk se ligou a
elas há muito tempo atrás, e até agora não decidiu se iria casar com uma delas,
com as duas ou nenhuma.
– Ah... entendi...Que problemático.
O que vamos fazer, já o improvável acerto de contas não virá nem tão cedo?
– Eu chamo o Mihawk de volta, você
materializa suas espadas e chama as gêmeas de volta.
– A sacerdotisa-san tem uma mania
de dizer algo complicado do mesmo jeito que diz “respire”, não concorda, Kitsu?
– O aprendiz suspira irritadiço, pelo fato da raposa novamente ter sumido. Após
mais um suspiro, continua. – É uma tradição aqui no reino os seres sumirem
quando vão ser chamados/acionados?
– Quem sabe? Apesar de ser uma
representante importante, não sigo a risca a maioria dos hábitos daqui. Digamos
que assim como você, sou um pouco diferente.
– E por qual motivo?
– Sigo meus próprios sentimentos
e princípios, “siga seu coração antes de tudo, para tudo, e sobretudo, sobre
tudo”, é uma frase que me acompanha há muito tempo.
– Então, pelo visto teremos um
bom relacionamento daqui em diante. A Srta um pouco diferente poderia fazer as
honras? Acho que eles já gastaram energia suficiente. – Realmente as armas já
estavam ofegantes, e pareciam se apoiar na mais pura teimosia. Lilith estende a
mão, e murmura algumas palavras inaudíveis, o que provavelmente foi a causa de
Mihawk se transformar em puro mana e retornar ao pingente da sacerdotisa. Após
isso ela faz um aceno de cabeça para Raitun, que estende a mão e grita:
– Retornem as suas lâminas! Chega
disso! – E Lilly balança a cabeça em sinal de desaprovação, parecia ter visto o
que aconteceria a seguir.
katanas – Esta é a maneira de
tratar alguém do nosso nível?
– Como ousa tratar as damas da
tempestade de maneira tão vulgar? Quem é você para fazer isso?– E as duas investem
furiosamente contra o próprio mestre. Este, sem as lâminas, usa sua forma
híbrida de raposa e humano e consegue ao menos desviar os golpes.
– Prove-nos que é digno de ser
nosso mestre, seu retardado! Prove que não é apenas um humano fraco, que
aprendeu alguma coisa em seus treinamentos! Mostre-nos que a sua alma realmente
está conectada com a nossa antes que a gente destroce com nossas lâminas e
procure um mestre melhor! – Gritavam as gêmeas, enquanto atacavam vigorosamente
o aprendiz.
– Alma? Não. MANA. – Foram as
palavras do mestre das lâminas negras. Estas parecem não ter escutado, e formam
um X cruzando suas lâminas. Das lâminas sai uma lâmina de mesmo formato feita
de mana e indo direto em direção ao aprendiz.
– Ora, ora, suas gêmeas
INSOLENTES! – e o poder de Raitun cresce dessa vez, em de desviar-se do ataque
ele apenas tenta segurá-lo com suas mãos, sendo arrastado por alguns metros até
contê-lo. Ao fazer isso, começa a rosnar olhando as gêmeas, e faz as espadas se
materializarem a partir das duas lâminas que o atacaram em forma de X.
– Retornem ao seu lugar, gêmeas
insolentes, a alma de seu mestre lhe ordena! – Diz ele, com um timbre de voz
que espantou Lilly. Ela pareceu ter se lembrado de algo familiar vendo a cena,
as gêmeas e os vestígios do ataque retornando lentamente a sua forma
“inofensiva” de katana.
– Uma raposa é tão assustadora...
Não me lembrava que era tanto assim... – Diz Lilith após um breve suspiro.
– Como disse a grande raposa, “não
subestime o inimigo, não pense em subestimar seus aliados, e nunca tenha a ideia
de subestimar uma raposa”. – Diz ele, para sua surpresa em dueto com Kitsu, que
havia reaparecido. Continua sozinho – Pode ser MORTAL.
O trio cai em risos após a cena,
e olhando para Lilith e para a raposa, Raitun diz: – Considerando que você
reapareceu, minha missão aqui acabou, correto?
– Sim, precisamos ir até outro
lugar. Espero que tenha aprendido o suficiente.
– Até o próximo encontro,
raposas! – Diz Lilith após outro suspiro. Acabou dizendo isso ao vento, as
raposas já estavam bem à frente. Ela se vira e vai andando de volta ao seu
templo. – Assim começa o inferno. Que ele congele, destrua e purifique coisas
impuras. Que sejam retirados os empecilhos do seu caminho, aprendiz. Volte aqui
são e salvo. – E ela balança a cabeça, como que querendo cortar a linha de
pensamento – Hora de voltar à triste, solitária e gélida rotina.