Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

sábado, 17 de maio de 2014

Parte 2, Capítulos 16 e 17



Capítulo 16 -  O “lu-“ é nomeado.


O ancião materializa seu cajado e os livros começam a girar em volta deles. Quando a “dança” cessa, eles então dentro do castelo imperial. Os três atravessam o enorme salão principal, em uma ponta contendo a cadeira do imperador. Era cheio de colunas e estruturas, como também de esculturas. Otellus abre as portas, mostrando a todos o casal de futuros líderes. E todos se curvam diante deles, menos o imperador. Este, ao contrário de todos, vai de encontro aos três.
– Garoto, mostre o devido respeito. Comenta o imperador. O aprendiz se senta e cruza as pernas, com as espadas sobre seu colo. Otellus e Lilith colocam as armas sobre a cabeça do aprendiz. O imperador chama os dois Lordes, que fazem o mesmo: Sigfried põe Gran acima de Raitun, Yumi repete o gesto com seu báculo. O imperador saca seu machado duplo de guerra e põe em cima das outras armas. A arma começa a brilhar envolta pelo mesmo fogo das patas das raposas. Ele põe o machado sobre os ombros de Raitun e diz:
– Eu, Crossmusse Del Alfarroz II, Imperador do Grande Reino de Montris, portando a Frozen Flame o nomeio Sir, Trigésimo Sétimo Lupuoskirus Omni Raitun, terceiro Lorde Imperial, comandante e aprendiz dos aprendizes, portador das armas e artes antigas. Lupuoskirus levante-se. O cavaleiro de Montris tem uma ordenação a fazer, não tem?
O novo Lorde se levanta, obedecendo as ordens. Lilith, que assistia a tudo tira seu arco e Raitun, juntando suas espadas às outras armas, diz:
– Demonstre o respeito apropriado, nobre sacerdotisa.
– Eu, Crossmusse Del Alfarroz II, Imperador do Grande Reino de Montris, portando a Frozen Flame a nomeio Lady, trigésima sétima Lampirerin Lilith no Yume, companheira fiel de Omni Raitun, 37° Lupuoskirus.
A sacerdotisa se levanta e o imperador continua – Agora homens, com as últimas peças nos devidos lugares, a vitória será nossa!

Capítulo 17 – Uma ideia


As palavras do imperador provocam um novo êxtase no reino, que vibra com os gritos dos soldados, até todos entrarem em um coro:
– Longa vida ao Imperador! Por Montris!
– Montrisianos! Afiem as lâminas enquanto fazemos nós uma reunião estratégica. – Após o breve pronunciamento, o nobre anão entra no castelo seguido por Raitun, Lilith, Yumi, Louise, Mary, Hitch, Sigfried, Otellus, Hanna, Alexis, Karen e Kitsu (não necessariamente nessa ordem). Grupo reunido, Otellus toma a palavra.
– Raitun, Lilith, alguma recomendação?
– Sim, tivemos uma ideia. –responde.
– Não, você teve. Uma ideia insana.
– Uma ideia insana que vai dar certo.
– Discutam depois –diz o imperador– Qual a ideia?
–Todo mundo irá defender Midgard, enquanto eu atravesso o exército com ela– aponta Lilith, de forma displicente por sinal– e vou direto para Rag-Finnaros.
– Você é louco? Grita ela, batendo na mesa em volta da qual todos estavam reunidos, sobre a qual havia um mapa mágico que mostrava em alto relevo detalhado a região. Um tipo de... Holograma super realista, digamos assim. Raitun abre seus olhos de raposa, e fixa os olhos prateados da elfa, invadindo descaradamente seu mundo espiritual. Uma floresta gigantesca e acolhedora, de árvores antigas. Em uma pequena clareira estavam ele e a sacerdotisa (que estava meditando).
– “Preciso do seu apoio”.
–“Precisa parar para meditar e pensar direito.”
– “Preciso parar de me espelhar em certa pessoa que carrega consigo a marca da morte e ainda assim ruma pra ela? Não, não vou deixar você ir assim enquanto eu tiver com o controle de meu espírito.
– “...”– O garoto se desfaz no mundo espiritual.
Voltando ao mundo real, Lilith toma a palavra.
– Ele não vai desistir de um plano arriscado que pode dar certo. É o único com alguma chance de sucesso, o melhor que nós temos. Cabe a vocês decidirem se vão nos seguir, ou perder mais tempo em vão tentando achar alguma outra maneira.
– Então, quem vocês vão querer? Indaga o imperador.
– Sigfried.
– Minha espada está ao seu serviço. E se o serviço é matar ou morrer, torna a coisa ainda mais gloriosa.
– Hitch?
– Ora garoto, a magia está ao seu alcance. Como diz a profecia, só magia derrota magia!
– Yumi.
– Os aiodromes estão prontos tuntun!
– Sacerdotisas?
– Enquanto contigo, curar-te-ei as feridas. –responde Alexis.
– Vamos lá. Guerras são interessantes para coletar material. – comenta a outra humana.
–Gran Imperador?
– O destino de Montris está em suas mãos.
– Então está decidido: o selo octeto acaba de tomar a forma definitiva. – Diz Otellus observando os oito.
– Talvez a nossa última grande missão... – comenta Yumi.
– Então, vamos cumpri-la ou morrer com honra tentando. A última grande campanha. – Responde com um sorriso quase assassino o general meio-orc, ainda assim com um ar de orgulho.
– Otellus, o seu trabalho é proteger a cidade e cuidar da fortaleza subterrânea, com os exércitos a disposição e suas habilidades não será tarefa difícil. – Diz Lilith– Karen, Hana, podem ajudá-lo.
– Ajuda motivacional ou espiritual? – pergunta Hana
– Se meus velhos olhos não me enganam, suas ajudas motivacionais colossais, e redondas. Motivacionais por serem quatro ajudas por serem das duas.
– Ótimo, o modo tarado do velho voltou... E olha que ele nem bebeu comigo hoje. – Responde Karen, espalhando-se com uma risada geral
– Ácades e o exército de celtamorfos estão a seu dispor.
–Ótimo. Agradeço Srta Sacerdotisa.
– Alguém quer um dragão?– Indaga Louise.
– Sim, já temos “ajuda motivacional” de mais.
– Então, os exércitos ficam como adição no poder de ataque/defesa?
– Concordo com o Sig... Atacar é ótimo. – responde Karen
–Que bom! – Exclama Alexis
– Estranho ver uma curandeira excitada com o derramamento de sangue.
– Não é isso. As Willow estão a caminho.
– Outra previsão?
– Não, ela sente as Willow – comenta alguém.
– Chamarei os magos restantes. Nossas forças estão contadas, precisaremos muito do plano de ataque/defesa.
– O plano de ataque/defesa é exatamente esse: nós oito vamos direto a Rag-Finnaros, o resto protege a cidade. Tenho uma leve impressão de que o exército imortal marca ao nosso encontro.
– Não é apenas impressão. – Diz Raitun apontando o mapa em cima da mesa. Este mostrava todo o continente, construções, florestas, templos, e uma mancha negra gigantesca onde deveria estar Antartia. Raitun percebe nitidamente com seus olhos de raposa a legião de pontos pretos atravessando continente.
– Estão vindo... Não estão? – Diz Lilly, encarando o espanto estampado em Raitun ao observar o mapa.
– A escala desse mapa está correta?
– Infelizmente sim... – Responde Alexis, dirigindo-se para a porta. – Não temos tanto tempo quanto esperávamos.
– Hora de mostrar como uma raposa ganha a guerra. – Diz Kitsu.
O grupo sai do castelo, e novamente o imperador toma a frente e a palavra:
– Todos em suas posições, o inimigo está vindo!
– Os exércitos tomam a posição na correria, recebendo ordens pelos seus aiodromes (é mais fácil do que gritar para todos.). O ancião levanta o cajado e diz algumas palavras na sua velha língua estranha. A esta altura o exército discípulo de Hermes para em frente à Midgard, com seus soldados, monstros e catapultas. Pareciam estar analisando o território, os muros, a posição dos arqueiros. O aprendiz faz o mesmo com seus olhos de raposa.  Os montrisianos estavam em enorme desvantagem numérica. O que ele estranha é uma mulher de vestido preto que estava à frente do exército fazer uma expressão que demonstrava certo espanto: Midgard sumira aos olhos do inimigo.
– Ancião, o que diabos você fez? Lançou uma alucinação no comandante inimigo? – Indaga o incipiente garoto.
– Não, algo bem mais elaborado.
– Uma barreira-espelhada. – Diz Mary
– Exato. Aliás, foi ela própria que criou a técnica. Resumidamente, os ataques de fora voltam para quem os lançou, e o espanto deles é que poder ver o que está dentro da barreira. É como se não existisse Midgard. O que eles estão vendo lá atrás são as árvores ancestrais.
– As Willow estão vindo! Diz Alexis Radiante.
– Tudo pronto sir! – Diz um oficial ao ancião.
– Raitun, as escolhas agora dependem de você. – Diz Otellus.
– Até onde estendeu a barreira?
– Um pouco além dos limites da cidade.
– Eles nos ouvirão de lá?
– Não podem perceber nada que estiver na barreira. – Diz ele, sorrindo confiante.
– Abram os portões.

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