Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Projeto - Capítulo 18



Capítulo 18 – Tensão


Mal acabara de falar e sua pequena profecia já estava cumprida: O Fenrir do episódio da taberna e sua dona agora estão rondando o quarteto de sacerdotisas.
– Você já sabe o que acontece a quem quebra as regras e profana terra sagrada, não sabe, pirralha estúpida? – Após dizer essa frase em tom ameaçador Lilith põe a mão sobre o copo do chá de pingentes. É quando se ouve uma risada descarada vinda da dona do Fenrir
– Você tem mesmo poder pra me matar? Você vai me matar mesmo só por eu ter atrapalhado um chazinho?
– Não duvide do poder sagrado que tu desconheces, pirralha estúpida. Nem do poder de quem não conheces.
– Reapresente-mo-nos então, para que possamos duvidar uma da outra. – Diz Hatsumomo sarcasticamente, fazendo uma reverência, após isso continua:
–Lampirerin Mizumi Hatsumomo, Substituta temporária do Lupuoskirus.
Lilith se levanta com o pingente na mão, e de forma elegante, retribui a reverência.
– Grã Sacerdotisa Lilith, guardiã da fronteira do sul, o templo do rio Articus. Irei te purificar do seu maior pecado: sua existência.
A única coisa em que as duas concordavam era no “arrogante” que usavam para se referir a outra. Acabavam sempre lutando (e empatando) quando se encontravam. Hatsumomo faz o primeiro movimento, materializando sua foice. E o fez em uma boa hora, já a usando para defender-se de uma flecha de luz. A elfa resolve quebrar o breve silêncio, ainda com o pingente em mãos.
– Mantenha o foco, Mihawk. – O momento a seguir é breve, e complexo de descrever. Ao dizer “mantenha o foco, Mihawk”, uma intensa luz vinda do pingente, e este toma a forma de um arco enorme. Ao cessar da luz é que se podem ver seus detalhes: Lilith porta na mão esquerda uma espécie de Daikyu.
O Daikyu (Daikyu é um tipo de Arco longo japonês, por volta de 2,20 m de comprimento, segundo a enciclopédia das espadas gêmeas.) de Lilith era um pouco mais grosso que um arco normal, com alto relevo de penas por sua extensão. No meio do arco um alto relevo que tem a forma da cabeça de um pássaro, como uma espécie de proteção para a mão. Ela posiciona a mão livre junto da outra, produzindo uma esfera de luz branca, e puxando a mão transforma a esfera em uma flecha. Com o Mihawk na horizontal e uma flecha pronta para ser atirada, terminamos a descrição do breve e complexo momento e começamos a do contra ataque.
– Flecha Ártica. – A oponente vê apenas seus pés congelando junto com o solo, isso graças a seu reflexo em rebater a flecha, e se vê obrigada a quebrar o gelo imediatamente e sumir aos olhos de Lilith, para prevenção de algum ataque inesperado. Hatsumomo reaparece em sua posição de decapitação de sempre, porém antes que ela faça cabeças rolarem a elfa consegue se abaixar e provocar um pequeno corte em Hatsumomo com seu arco, sumindo após o golpe da mesma maneira que a outra havia feito.
– Agilidade MANA? Espero que seja rápida o suficiente pra me alcançar. – Diz a outra, e dá um sorrisinho, antes de entrar na corrente de sumiços. As duas começam uma dança de guerra, movendo-se rapidamente com a tal “agilidade mana”. Que parece ser uma técnica onde concentram mana nas pernas, pés e solas dos pés principalmente. A única prova de que lutaram era que os mais habilidosos podiam acompanhar sua velocidade com os olhos (e com a aura). Os outros apenas viam aqui e ali uma flecha bater contra uma lâmina de energia, faíscas no ar, rajadas de vento em vários lugares. As outras três sacerdotisas apenas acompanhavam minuciosamente a luta, por não serem poderosas o suficiente para pará-las. Apenas podiam esperar algo acontecer, e orar em silêncio, tentando manter o estado de espírito, mesmo inseridas em meio à pressão espiritual de duas mulheres com um nível maior de poder. Pareciam se contrapor ao estado de excitação das duas, pareciam querer balancear o ambiente, assim como o contraste entre o vento e uma pedra. Talvez apenas pedissem para que elas não manchassem aquele lugar, mas os ventos sempre ignoram e passam pelas pedras, e as duas fazem o mesmo, continuando seu embate brutal e feroz. A certa altura, as duas “param no tempo”, cada uma com a chance de aniquilar a outra. Antes que alguma das duas completar seu movimento, outro movimento mais rápido para as duas.
– Desarme! –Diz a voz de Hitch, para alívio das sacerdotisas. Estas pareciam felizes ao ver Hatsumomo desarmada. A entrada só não foi perfeita por que a foice foi parar apenas quando se fincou em uma Willow. Lilith ainda mantinha o arco em posição de ataque, até vir mais interrupções.
– Prisão do crisântemo!
– Arte secreta de contenção. Muito bom Yumi. –Diz Lilith sorrindo, mesmo presa na tal arte de contenção. 16 hastes de luz em formato de pétalas rodeiam a sacerdotisa e impedem que ela se mova. Hatsumomo tenta fugir, porém a Arquiduquesa é superior em velocidade.
– 16 em flor a um só prenderão. Linda flor, arte de prisão. Arte secreta de contenção, prisão do crisântemo!
– Você já mostrou que não precisava recitar as palavras de liberação, maldita exibida. – São as palavras ensopadas de ódio que a Lampirerin diz após ser capturada. A Lampirerin era poderosa, porém compará-la a um Lorde Imperial era o mesmo que comparar ondas que batem em um rochedo num dia comum as mesmas ondas que fazem o mesmo em meio a uma tempestade torrencial. Nem esta e nem a sacerdotisa juntas faziam frente ao poder total de um dos Lordes. Alexis finalmente sai do seu estado de meditação, se levanta e vai ao encontro das recém chegadas, parando para uma breve reverência. Hitch desce de Gonduriel [era o nome do pássaro dela] e retribui a mesura feita por Alexis. Yumi também acaba fazendo o mesmo.
– Usando técnicas proibidas?
– Bem, há suas vantagens em um Lorde Imperial. E se ficassem soltas continuariam o duelo até a matar a elas mesmas ou a alguém que não tem nada a ver com isso tudo.
– É, faz sentido se olharmo por esse lado.
– O que houve para a Lilith ter se rebaixado a tal ponto? – Pergunta a Arquiduquesa.
– Profanar um local sagrado é mais que suficiente para irritá-la por completo. –Explica Alexis, sendo logo interrompida por Louise. Esta apontava a Willow com a foice fincada em seu tronco.
– Um ser de sua responsabilidade foi atingido.
– Ah, agradeço pela preocupação em avisar... Eu já estava indo cuidar disso. – Após as palavras Alexis vai até a árvore e arranca a foice.
– Tiro ao alvo? – Sugere Hitch com um sorriso no rosto
– Boa ideia. – Responde a elfa, lançando a foice para o alto
– Suna! – Grita Hitch, atirando uma magia na foice. Esta cai no chão não mais como foice, e sim como um punhado de areia. Enquanto Alexis começa a usar suas técnicas de regeneração na Willow, Hatsumomo grita desesperada por sua ceifadora, e as outras conversam, voltemos ao treinamento do jovem promissor. No meio tempo ele assimilou o manejo das duas katanas. Dizem que foi graças a ser um prodígio, ter “olhos diferentes”, ser ágil como uma raposa. Além dessas coisas eu acrescentaria o medo de morrer fatiado ao meio pela Zanbatou do general. Diria também que exatamente agora virão mais parte particularmente problemáticas de escrever (e alguém me perguntaria “como tudo nesse livro?” se não fosse informação confidencial).

Projeto - Capítulo 17



Capítulo 17 – Chá de pingentes


Na floresta do norte, próxima a árvore da vida, Yggdrasil, outra reunião está para começar. Em certa parte dessa floresta existem as Willows, árvores antigas e sábias, que aconselhavam os visitantes que iam até elas. Em meio a uma clareira, em volta de uma mesa baixa e quadrada de pedra, estava prestes a se iniciar a reunião das sacerdotisas guardiãs. Havia quatro sacerdotisas guardiãs: Alexis, Lilith, Mary Anne e Louise. Alexis era uma elfa de 1,70m, pele clara, olhos claros e cabelos castanho-claros, e era a guardiã do norte. Lilith era uma elfa noturna, de pele difícil de descrever, parecia azulada, acinzentada, dependendo do ponto de vista. Tinha olhos de íris branca, cabelos brancos, quase prateados, que desciam até a cintura. Sua roupa se diferenciava das outras, enquanto a das outras era um simples vestido ou um kimono com hakama a de Lilith era um vestido longo, com duas fendas na parte da frente, que subiam da borda inferior do vestido até a parte superior da coxa. Na parte de trás e na parte entre as fendas havia outra "saia", curta e feita de escamas brancas e brilhantes. Essas escamas eram também presentes nos ombros, como adorno. O vestido era branco, de seda, e caia na parte da frente como um leve e discreto decote. Mais alguns detalhes: tinha 1,72 e carregava um pingente com a forma de um floco de neve, pendurado no pescoço. Mary Anne e Louise eram humanas, porém, tão poderosas quanto as elfas. Mary Anne tinha 1,69 m e Louise tinha 1,55 m, tinham pele morena clara e olhos castanhos, sendo os de Louise mais escuros. Em questão de cabelos, os de Mary eram mais claros e ondulados, porém ainda castanhos. Essa guardava o oeste de florestas negras e lamentações, a outra o leste do raiar do sol e águas quentes. Alexis tinha o dever de proteger a floresta do norte, e Lilith a porção gelada do sul. Em meio à clareira da floresta, as sacerdotisas vão chegando e se sentando em volta da mesa quadrada. Lilith chega primeiro, depois as Louise e Mary. Elas deveriam meditar em silêncio por alguns momentos, mas algo incomoda muito o espírito delas.
– Por que ela sempre se atrasa?– diz Mary
– Não é mania dela, ela tem a natureza calma dentro de si.
– Esse é o território dela, ela deveria ser a primeira a estar aqui! – Responde ainda indignada.

 Acalmem se, as duas, ela já está por perto – é o que diz Lilith, interrompendo as duas sacerdotisas humanas. Elas se calam em respeito à Lilith, que era considerada a que tinha maior poder de ataque, senso de liderança e beleza. Sem querer desmerecer as outras sacerdotisas, afinal, eram as próprias falam isso em opinião unânime.
– Olá meninas! – grita Alexis, indo ao encontro das outras três com um sorrido no rosto.
– Atrasada– sussurra Mary, em tom de reprovação aos atos dela.
– Cumpra seus horários, idiota! – grita Louise, tomando agora o papel de indignada. Também joga uma pedrinha em Alexis, porém esta não chega ao destino: é interceptada por uma flecha de luz. "Mihawk estraga prazeres" pensa ela. Antes de mais reações incomuns, Lilith se pronuncia.
– Presumo que tenhas um bom, um excelente motivo para se atrasar. Ou talvez não, dependendo da psique e da falta de vontade dela... – diz a paciente "Líder", em tom sério e pensamentos altos.
– Estava vendo o estado das Willow, conversando com elas... É muito bom fazer isso! – talvez pela resposta ter soado como uma desculpa inventada, Alexis se senta no lado vazio da mesa que foi convocada com a seguinte maneira fina: Sem mais nenhuma palavra.
–Então, comecemos. Mary, faça. – Diz Lilith, ignorando a desculpa apresentada, já que era comum o atraso da elfa do norte. E Mary tira de seu pescoço um cordão cujo pingente era uma perola negra que se transforma em um copo preto quando posto no meio da mesa. Agora Lilith faz o  mesmo, e o pingente de floco de neve derrete dentro do corpo, enchendo-o de água límpida e pura. Louise tinha uma chama em seu pingente, e ao comprimi-lo entre as mãos, as deixa vermelhas. Assim, as mãos vermelhas esquentam o copo da escuridão do oeste, com o calor do sol vindo do leste. Esquentam um pouco a gélida água do sul, por consequência. Por ultimo, o pingente de folha da ultima. Essas viram refinadas ervas da floresta do norte, e tudo, assim como todas são interligadas. Cada uma toma um gole do chá de pingentes, e depois de uma mesura sincronizada, atam suas mãos umas as das outras. Naquele momento sentem se revigoradas, e fecham os olhos, mergulhadas em orações mentais e paz profunda. Assim fora descrito por Lilith o ritual de purificação e renovação das sacerdotisas, que prefiro apelidar de ritual do chá de pingentes. E novamente os eventos mudam de “brisa” para "vendaval assobiador irritante". Ainda em plena concentração, Alexis murmura, como que profetizando: "o lobo negro se aproxima”.
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