Capítulo 14 – Esquina dos ventos
– Precisamos do Otellus aqui...
Ele certamente saberá o que fazer.
– Tsc, e onde aquele mago idiota
se enfiou? Rosna o meio orc, limpando o sangue de dragão da sua monstruosa
espada.
–“Mago? Não... apenas um velho
professor... encontre-me virando a esquina.” Sussurra o vento no ouvido de Raitun.
– A esquina dos ventos! Grita o
aprendiz.
– E você vai até lá acabado desse
jeito? Diz Louise. E novamente aparece Alexis, interrompendo como sempre.
– Você acha mesmo que eu vou
deixar eles se levantarem e irem a algum lugar nesse estado?
–Alexis, os sorudiun cumpriram a
missão?
– Sim, ajudaram a levar todos em
segurança para o abrigo. Os “planos de fuga” ainda são efetivos no final das
coisas. E eles não sairão da fortaleza subterrânea dos anões por enquanto. Ela
faz uma pausa para recitar as palavras da arte de cura, e enquanto a mantêm
continua: – Essa foi apenas... A “declaração de guerra”
– Nada bom... diz Yumi, olhando
para o sul.
– Não mesmo. Eles virão pelo sul,
atravessando o mar.
– Então precisamos mesmo de todos
para montar uma estratégia forte. Comenta o garoto.
– E você precisa parar de
esquecer suas armas. – Diz Kitsu, com a Srta Hitch montada nela. Esta toma a
palavra.
– Tempus levitatus... Ah, afiei
suas espadas. Vamos à guerra, e eu e Kitsu estamos prontos. Após isso é que ele
percebe que a raposa estava com uma armadura parecida com a da raposa invocada
para transporte no festival. Nesse meio tempo Alexis tinha regenerado os dois,
e o aprendiz impaciente se levanta de olhos fechados, aumentando a pressão
espiritual da sua aura.
– Quero ver o velho... Mostre sua
forma, esquina dos ventos! O mana circula de forma tão monstruosa em volta do
aprendiz que isso acaba perturbando o vento, que começa a se agitar em várias
direções, revelando uma porta com inscrições. Estranhamente ela desaparecia com o vento,
então Raitun volta a perturbá-lo e a criar ventania e pergunta:
– O que diabos está escrito? Não
consigo ler!
– Fale amigo, sozinho, com suas
palavras e... Entre. – Hitch continua– Então, só dizer a senha... Qual será a senha
da vez?
– Dracus Levitatus! Grita Yumi
encostando o báculo na porta, Nada acontece com a porta. Raiva sobe em Yumi. Os
outros tentam os mesmo com outras prováveis e improváveis senhas, e nenhuma
delas surte efeito.
– Espere... Fale ‘amigo’... Como
é amigo na língua dos elfos?
–Será? Vamos tentar... –A
sacerdotisa encosta o báculo na porta e diz: – Fulien! Nada acontece mais uma
vez.
–Entendi. Diz Lilith,
aparentemente recuperada pelo aprendiz.
–Posso quebrar essa maldita
porta. Comenta Sigfried
– Posso ajudar? Pergunta o garoto
com olhos brilhando e orelhas de raposa em pé.
– Pode me ajudar parando de me
matar de vergonha. Diz Hitch
–Parem todos, eu entendi a chara.
Raitun, encosta sua espada na porta e diga a palavra “amigo” ao seu modo.
– As suas ordens, Lady. Raitun
recebe uma das katanas de Hitch e fica observando a lâmina, enquanto pergunta:
Lilly, por que eu?
–Por tudo que você é? O aprendiz
olha a aporta após a resposta da sacerdotisa, e indaga novamente: “por que eu?”
– Por que os ventos do norte o
escolheram para nos liderar à vitória.
– Se irei liderar você vai me
auxiliar nisso. E o aprendiz segura a mão da sacerdotisa, encosta a lâmina na
porta e grita: – Nakama!Hitori Nakama! “A senha era ‘amigo sozinho’, sabia?”, pensa
ele sorrindo, e a porta se abre, e ele passa junto de Lilith. Após isso os
ventos cessam e a porta some novamente. Os outros não sabem o que houve, porém
antes que discutam o assunto uma voz os interrompe.
Capítulo 15 – Preparativos
– Por que essas faces? Ouviram o
violino desafinado da Karen ou os tambores?
– Eu não toco violino Hana...
–Diz Karen, que veio junto com Hana. Esta dá uma tapa no bumbum de Karen, e
rindo diz: – É, até que estão afinados agora...
– Ora sua... O que tem de pequena
e peituda tem de pervertida.
– Você também é peituda, é quase
da minha altura, também é pervertida, bebe até não agüentar, mas gosta da mesma
música que eu.
– A musicista pervertida e o
híbrido de gueixa e lutadora pervertida porem parar por cinco minutinhos?
Estamos diante de uma crise aqui. – Diz Louise preparando uma baforada.
– Enquanto a raposa e o velho não
voltam, precisamos reunir todas as tropas disponíveis aqui. Diz Sigfried.
– Por que aqui?
– Será uma boa fortaleza. Os
moradores estão protegidos.
– E podemos criar uma barreira
forte o suficiente aqui. Não sabemos o que eles querem, mas sabemos de onde
eles vêm. Do sul, que na verdade é o norte. – termina Alexis.
– E enquanto vocês falam da
cevada, eu vim com a cerveja!– Grita Mary Anne, chegando montada em Ácades.
– Como estão nossos exércitos?
Pergunta o imperador, que chegara ali há pouco. (ou chegara há muito tempo e
ninguém percebeu, não sei.)
– Prontos para morrer, majestade!
Respondeu o general.
– A guarda imperial fica à sua
disposição.
– Agrade-lho profundamente,
majestade. Alexis, as Willow entrarão nessa guerra?
– Não faço ideia. Acho que elas
ainda terão uma longa conversa... Após isso talvez decidam algo. Como sempre.
– Yumi, aiodromes a postos?
– Sempre estiveram.
– Louise?
– Desde quando um dragão precisa
de exército?
– Hitch?
– Se só magia derrota magia, os
magos estão à disposição.
– Todo o reino está pronto?
Pergunta o general, e os montrisianos respondem em frenesi, com gritos, com
armas levantadas, com disposição para morrer por uma causa maior que eles nem fazem
questão em saber qual é. Enquanto os preparativos continuam, o casal procura o
mago em seu refúgio. Ao atravessarem a porta bateram de frente com uma
biblioteca de dimensões colossais, porém sua única alternativa era procurar e procurar.
Os dois começam a andar pelos corredores. E encontram livros, livros, livros...
Mais livros. Então, não vendo nada mais do que estantes e estantes de livros,
acabam perdendo a paciência que já estava se evadindo de suas mentes. Raitun
bate as mãos, e libera outra rajada de vento, atingindo em seu raio o interior
do lugar, derrubando e desarrumando prateleiras e estantes (e revelando onde
estava o ancião). Os olhos da raposa fixam o ancião, que a todo tempo os seguia
de forma oculta ali na biblioteca. Antes que ele resolva começar uma nova
brincadeira as mãos da sacerdotisa seguram seu manto.
– Não estamos com tempo pra isso,
velho idiota!
–Não importa quanto tempo se tem,
e sim o que se faz com ele.
– E o que vamos fazer com nosso
pouco tempo? Indaga Lilith.
– Vamos armar uma boa estratégia.
E preparar o nosso líder, claro. Responde Otellus fitando as pupilas cansadas em
seu pupilo. Este olha em volta (da biblioteca em ruínas) e pergunta:
–Quem é o nosso líder? É a Grande
Lilith?
–Não eu, você é o líder –
Responde ela.
– Ah... Quê? Eu vou liderar um
exército inteiro?
– Não só um exército, um reino
inteiro. Ou algo do tipo. O talento, a inteligência e os dons de cada um nascem
com cada um, e isso você tem de sobra. Não será difícil.
– E... – suspira– por que eu?
–Você foi escolhido para isso. É
o seu destino. Apenas isso, ponto.
– Com a bênção da grande Lilith,
aceito o destino. Condição: Ela é a sub-líder!
– Quando começamos? Perguntam
eles.
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