Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

domingo, 20 de abril de 2014

Projeto - Capítulo 16



Capítulo 16 – Fatos interessantes


– Perdoe-me pela visita inesperada, meu senhor. Venho trazer a seu conhecimento um fato de suma importância. Diz um homem de aproximadamente 1,90m, magro, de cabelos amarrados e roupa que lembra a de mordomos, se curvando diante do trono do imperador.
– Ah, há quanto tempo Stradomus, deve ser algo muito sério, afinal você deixou a mansão da Yumi e atravessou a cidade.
– É necessário fazer coisas do tipo algumas vezes, e Midgard tem suas coisas que devem ser apreciadas. – Responde Stradomus, observando o monarca vir a seu encontro. O imperador tinha cerca de 1,5 m, era forte. Sua barriga mostrava que gostava de uma boa bebida, como todo anão que se preze. Era careca, e tinha uma barba relativamente longa, que se apresentava trançada quase sempre. Usava um manto azul por cima das roupas de monarca. O detalhe mais peculiar era que tinha orelhas muito grandes pra um anão (Dizem que era por que o imperador deveria escutar muito bem o que lhe dizem para não responder errôneamente). E nelas ficavam os brincos que provavam seu status. Esses brincos eram alargadores dourados, por onde passavam argolas. Nas argolas ficavam penduradas longas penas de Fênix.
– Então meu caro, o que tens a relatar?
– O clã dos Luminus voltou a atacar.
– Ah, já tenho conhecimento sobre tal fato.
– Eles atacaram a mestra, a feiticeira e o forasteiro.
– Já sobre esse fato eu não tinha conhecimento. – E o imperador, o mordomo e alguns conselheiros chamados depois continuando dialogando sobre o ocorrido. Enquanto eles chegam a um consenso, nós pulamos para outras memórias. Um fato estranho e incomum, ou melhor, mais um fato estranho e incomum. Todos os Lupos e Rikies, reunidos em uma taberna de Midgard próxima da esquina dos ventos.
– E então, quem vai pagar?– Pergunta o anão dono da taberna, enquanto limpa um copo de cerveja.
– Cada um paga o seu! – E os risos e conversas mostram que a confraternização se inicia a todo vapor.
– Concordo! Concordam também em conversar sobre algo mais trivial e óbvio?
– A Lampirerin Hatsumomo, que no momento ocupa o cargo de substituta do Lorde Imperial?
– Ótima pauta, por onde começamos?
– Começamos promovendo o Otellus a Lorde, e acabando com isso. Ele com certeza é o mais qualificado para o cargo. – A essa altura, o dono da taberna resolve se intrometer na conversa
– Ele não está muito velho para tal cargo?
– Dizem que pra ser o Lupuoskirus é preciso ser sábio como uma raposa de nove caudas...
– Lendas, lendas...
– Não acho que ele está muito velho pra isso...
– Também não. Ele tem apenas... Quantos anos ele tem mesmo?
– Só uns 150. – O riso geral toma conta do lugar, e após algum tempo alguém se lembra de retornar para o foco.
– É fato que a Hatsumomo não tem aptidão para o cargo, porém ela ficou obcecada com um cargo que não é dela. Isso é um problema. – Após a observação todos começam a fazer críticas ou discutir sobre o assunto, quase em unanimidade em relação a colocar outra pessoa no cargo. A discussão rola solta, até aparecer uma aura sombria inundando o lugar. Apreensivos, os professores olham a porta, reconhecendo a sombria aura da pessoa que adentrava. Tinha por volta 1,60, e usava uma capa com capuz, além de uma máscara negra em forma de cabeça de lobo. Carregava consigo uma foice de cabo branco e longa, com uma lâmina curvada e negra. Tal figura se aproxima do balcão e faz seu pedido com uma voz rouca e imponente, ainda assim feminina.
– Leite.
O riso geral toma conta da taberna novamente, mais alto e incontrolável do que antes. Pelo menos até um dos professores perceber que uma certa foice está quase arrancando seu pescoço.
– Deveria lhe matar por caçoar dos seus superiores, por ter uma risada horrível, por essa cara feia ou por ser tão medroso?
– Você é realmente superior? – Replica outro
– Como ousa... – Antes que ela realmente corte o pescoço de alguém, Otellus se materializa dentro da taberna.
– Aquiete-se, criança. E me pergunto que alvoroço idiota é esse que vocês todos. Que tipo de mestres e sábios são vocês? Não sou eu quem vai assumir um posto alto como esse. – Comenta o ancião. “Se você não fosse meu professor, eu lhe mataria” é o que ela deve ter pensado, em meio a um sorrisinho sarcástico por baixo da máscara. Esse tempo todo de alvoroço foi o suficiente pra o dono da taberna se recuperar da crise de riso, e ele interrompe novamente as coisas.
– Desculpe senhorita, mas não temos leite aqui.
– Acho que eu não ouvi direito. – Responde a mulher, já do outro lado do balcão, passando a foice por perto do pescoço do anão.
– Realmente, não deve ter ouvido. Eu disse que não temos leite, ele acabou há pouco. Eu já estava até pensando em mandar meu criado repor o estoque. Monstrinho! (referia-se a um goblin) Vá repor o estoque de leite! – A essa hora a mulher já havia saído do estabelecimento, e invocado um enorme lobo negro apelidado carinhosamente de Fenrir. Em meio a outro ataque de risos vindo da taberna ela sai em disparada, correndo pelos campos. Talvez nunca saibamos se o motivo da graça era a velha piada do paladino, a do pintinho chamado relam ou a senhorita que veio pra uma taberna tomar leite. O que sabemos é que um pouco após isso, veio a nosso conhecimento mais um fato interessante.

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