Capítulo 14 – Quatro rios, Quatro templos, Um reino.
– Arquiduquesa, poderia me
explicar direito sobre os locais e detalhes desse reino?
– Como já disse antes, aqui todo mundo
tem um Aiodrome. Nas fronteiras, temos quatro rios: Articus, Setentrius, Nefirus,
Katonirus. Em cada rio há um templo, e cada templo é guardado por alguém importante.
– Irei ver essas pessoas algum
dia.
– Assim espero.
– Também espero... Continue.
– Aqui a maioria dos seres são
bem espirituosos, tanto que muitos emanam partículas de seus espíritos, e
muitos fazem uso dessas partículas convertendo-as em poderes especiais. É um
poder espiritual chamado “carinhosamente” de “MANA”. Dizem alguns sábios que
“mana” significa “Magia/Mágica Ativada Na Alma”. Pra mim “mana” é muito mais do
que uma mera sigla. É um mistério de Montris. Dependendo da sua habilidade em
usá-lo pode-se ficar mais forte, mais rápido, andar em paredes verticais, por
cima da água, ou em pleno ar, entre outras coisas. Mas isso é assunto para ser
relembrado depois. Voltemos aos rios.
Setentrius é o rio do norte, de
águas transparentes, onde podemos respirar mesmo imersos na água. Articus, o
rio do sul, possui águas frias e neve em volta, é particularmente agradável
para você em minha opinião. Nefirus, o rio do oeste, tinha águas escuras e era
onde os habitantes de Montris lamentam seus mortos. Lá vivem os celtamorfos,
que parecem um híbrido de elfo e centauro e costumam dar valiosos conselhos.
Katonirus é um rio de águas termais, ótimo para relaxamento e reflexão. Sobre
campos florestas e criaturas, não há pressa em conhecê-los, não é nossa prioridade.
– Qual o nome daquela cidade de
onde saímos?
– Informação confidencial. Vamos?
Nosso tempo de descanso foi mais que suficiente. – Diz Hitch, interrompendo os
dois. Estes obedecem às ordens da mais velha do time, e entram novamente em
formação, correndo contra os ventos do norte, em meio a muita brincadeira e
descontração. Após um tempo se movimentando, chegam à porta do que parece ser
uma fortaleza militar, cujos portões se abrem para acolhê-los sem nenhuma
cerimônia. Todo o barulho de espadas se batendo que inundava o lugar cessa,
todo som de martelo forjando espadas para imediatamente. Apenas se viu uma
legião de soldados curvada aos pés da Arquiduquesa por onde ela passava. Um
sinal de respeito que ela não admirava muito por sinal. E o aprendiz a segue,
mesmo que não se ache digno disso. O trio se aproxima da instalação principal,
e antes que adentre na cabana sem nem sair de suas montarias, um susto faz o
aprendiz suar frio.
Capítulo 15 – Siegfried, a primeira lição
– Resolveu levantar do trono,
Yumi?
– Sim, de certa forma fui forçada
a isso, já que você não é bom o suficiente para a missão que me deram. – Responde
a arquiduquesa, observando a ponta de uma espada que lembrava uma katana, porém
bem mais larga que uma espada comum. Ao mesmo tempo, esperando o dono da voz
que saia da cabana se revelar, apesar de já conhecê-lo. Os olhos de Raitun
entram em “modo de combate”, e calculam o golpe, mas antes que ele saque sua espada
é impedido por Yumi.
– Não, péssima ideia fazer isso.
Você não é páreo para ele. – “Por enquanto” Pensa a Arquiduquesa em meio a um
discreto sorriso.
– Parece que meus soldados ainda
têm mais medo do seu jeito fofinho do que da minha Zanbatou – Diz o dono da
espada enorme. As katanas de Raitun explicam a ele que zanbatou é o tipo de
espada que ele está vendo. “Zanbatou significa “espada para cortar cavalos”, e
a zanbatou deste homem é estupidamente grande, larga e pesada para cortar
dragões. Mesmo assim, ele consegue usá-la com apenas uma das mãos quando quer.”
– Eles aprenderam bem a usar o
cérebro, eu diria. Acho que trouxe mais um desafio para ti.
– Um desafio, não? Mostre-me.
–Respondeu a tal voz. A espada se retira da presença da jovem, e finalmente seu
dono se revela. Sai da cabana um meio orc, com um pouco mais de 2 metros de
altura, pele cinza, musculoso como um orc puro, com um rosto de humano. Se não
fosse pela pele cinza e os olhos verde-escuros, seria um humano estupidamente
alto e forte, carregando uma espada estupidamente grande e larga. Usava seu
cabelo como um rabo de cavalo para cima, e vestia um kimono azul, velho e
desbotado, com um colete por cima, e um hakama puído na parte inferior. Não
usava nada nos pés. Carregava a bainha da espada nas costas, devido ao tamanho
anormal da mesma.
– Grão-Mestre Grey Sigfried. Um
dos três Lordes Imperiais. Há quanto tempo não o vejo!
– Tsc, formalidades idiotas
essas, Yumi. – Responde o meio orc à Arquiduquesa, com um olhar de desprezo
acompanhando as palavras.
– Perdoe-me pela intromissão, mas
o que seria Grão-Mestre?
– Grão-Mestre é o comandante
supremo do exército de Montris, um general e mestre de armas. Ele manda em
todos os sorudiuns, os ensina certas habilidades especiais, e logicamente é o
componente mais forte do exército. Pelo menos até algum maluco desafiar esse
demônio, ganhar e reivindicar seu posto. – Comenta Hitch, e ela mesma continua:
– Viemos lhe trazer ele. – E aponta para Raitun. – Ah, e também, por que quisemos
vir, logicamente.
– Ensiná-lo sobre Espadas e mana?
– Correto, Sig. Você é o mais indicado
para essa função.Ao menos, para essa... Diz a Arquiduquesa, entrando novamente
na conversa. Enquanto isso, o terceiro componente do trio apenas os observa.
–Acho melhor descer da raposa,
caso não queira ser cortado junto com ela. – Diz o truculento meio orc, apontando
sua espada monstruosa para o garoto. Este acata ao conselho, e saca suas
katanas. Após um momento se entreolhando eles percebem um fato interessante: a
presença das mulheres e de suas montarias havia sumido, simplesmente sumido
como se não tivessem passado por ali. O Orc se põe em posição de ataque, e
sorri.
– Grey Sigfried, Grão-mestre de
armas. Um dos três Lordes Imperiais. General do exército Montrisiano.
– Hã?
– Diga seu nome, garoto idiota. E
a sua profissão, ou posição. É o costume se dizer o nome a quem você vai lutar,
assim você saberá o nome da pessoa que você matou ou que morreu. Claro que numa
guerra não podemos ficar fazendo isso, mas em duelos é como uma das regras de
etiqueta da Arquiduquesa.
– Omni Raitun, aprendiz da vida.
– Você precisa melhorar isso
primeiro. É importante. E pra você, vai ser Poderoso Senhor Grão-Mestre Grey
Sigfried. – O eco de suas espadas é o estopim para a sinfonia das lâminas
explodir novamente. Começa um não tão longo (porém muito árduo) treinamento.
Talvez, graças ao prodigioso talento do garoto em aprender muito rápido. Todos
também voltam às suas atividades. Enquanto o aprendiz treina, ocorrem fatos
mais interessantes em outros lugares do reino. No castelo do imperador começa
uma audiência.
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