Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Projeto - Capítulos 14/15

Capítulo 14 – Quatro rios, Quatro templos, Um reino.

                          
– Arquiduquesa, poderia me explicar direito sobre os locais e detalhes desse reino?
– Como já disse antes, aqui todo mundo tem um Aiodrome. Nas fronteiras, temos quatro rios: Articus, Setentrius, Nefirus, Katonirus. Em cada rio há um templo, e cada templo é guardado por alguém importante.
– Irei ver essas pessoas algum dia.
– Assim espero.
– Também espero... Continue.
– Aqui a maioria dos seres são bem espirituosos, tanto que muitos emanam partículas de seus espíritos, e muitos fazem uso dessas partículas convertendo-as em poderes especiais. É um poder espiritual chamado “carinhosamente” de “MANA”. Dizem alguns sábios que “mana” significa “Magia/Mágica Ativada Na Alma”. Pra mim “mana” é muito mais do que uma mera sigla. É um mistério de Montris. Dependendo da sua habilidade em usá-lo pode-se ficar mais forte, mais rápido, andar em paredes verticais, por cima da água, ou em pleno ar, entre outras coisas. Mas isso é assunto para ser relembrado depois. Voltemos aos rios.
Setentrius é o rio do norte, de águas transparentes, onde podemos respirar mesmo imersos na água. Articus, o rio do sul, possui águas frias e neve em volta, é particularmente agradável para você em minha opinião. Nefirus, o rio do oeste, tinha águas escuras e era onde os habitantes de Montris lamentam seus mortos. Lá vivem os celtamorfos, que parecem um híbrido de elfo e centauro e costumam dar valiosos conselhos. Katonirus é um rio de águas termais, ótimo para relaxamento e reflexão. Sobre campos florestas e criaturas, não há pressa em conhecê-los, não é nossa prioridade.
– Qual o nome daquela cidade de onde saímos?
– Informação confidencial. Vamos? Nosso tempo de descanso foi mais que suficiente. – Diz Hitch, interrompendo os dois. Estes obedecem às ordens da mais velha do time, e entram novamente em formação, correndo contra os ventos do norte, em meio a muita brincadeira e descontração. Após um tempo se movimentando, chegam à porta do que parece ser uma fortaleza militar, cujos portões se abrem para acolhê-los sem nenhuma cerimônia. Todo o barulho de espadas se batendo que inundava o lugar cessa, todo som de martelo forjando espadas para imediatamente. Apenas se viu uma legião de soldados curvada aos pés da Arquiduquesa por onde ela passava. Um sinal de respeito que ela não admirava muito por sinal. E o aprendiz a segue, mesmo que não se ache digno disso. O trio se aproxima da instalação principal, e antes que adentre na cabana sem nem sair de suas montarias, um susto faz o aprendiz suar frio.

Capítulo 15 – Siegfried, a primeira lição


– Resolveu levantar do trono, Yumi?
– Sim, de certa forma fui forçada a isso, já que você não é bom o suficiente para a missão que me deram. – Responde a arquiduquesa, observando a ponta de uma espada que lembrava uma katana, porém bem mais larga que uma espada comum. Ao mesmo tempo, esperando o dono da voz que saia da cabana se revelar, apesar de já conhecê-lo. Os olhos de Raitun entram em “modo de combate”, e calculam o golpe, mas antes que ele saque sua espada é impedido por Yumi.
– Não, péssima ideia fazer isso. Você não é páreo para ele. – “Por enquanto” Pensa a Arquiduquesa em meio a um discreto sorriso.
– Parece que meus soldados ainda têm mais medo do seu jeito fofinho do que da minha Zanbatou – Diz o dono da espada enorme. As katanas de Raitun explicam a ele que zanbatou é o tipo de espada que ele está vendo. “Zanbatou significa “espada para cortar cavalos”, e a zanbatou deste homem é estupidamente grande, larga e pesada para cortar dragões. Mesmo assim, ele consegue usá-la com apenas uma das mãos quando quer.”
– Eles aprenderam bem a usar o cérebro, eu diria. Acho que trouxe mais um desafio para ti.
– Um desafio, não? Mostre-me. –Respondeu a tal voz. A espada se retira da presença da jovem, e finalmente seu dono se revela. Sai da cabana um meio orc, com um pouco mais de 2 metros de altura, pele cinza, musculoso como um orc puro, com um rosto de humano. Se não fosse pela pele cinza e os olhos verde-escuros, seria um humano estupidamente alto e forte, carregando uma espada estupidamente grande e larga. Usava seu cabelo como um rabo de cavalo para cima, e vestia um kimono azul, velho e desbotado, com um colete por cima, e um hakama puído na parte inferior. Não usava nada nos pés. Carregava a bainha da espada nas costas, devido ao tamanho anormal da mesma.
– Grão-Mestre Grey Sigfried. Um dos três Lordes Imperiais. Há quanto tempo não o vejo!
– Tsc, formalidades idiotas essas, Yumi. – Responde o meio orc à Arquiduquesa, com um olhar de desprezo acompanhando as palavras.
– Perdoe-me pela intromissão, mas o que seria Grão-Mestre?
– Grão-Mestre é o comandante supremo do exército de Montris, um general e mestre de armas. Ele manda em todos os sorudiuns, os ensina certas habilidades especiais, e logicamente é o componente mais forte do exército. Pelo menos até algum maluco desafiar esse demônio, ganhar e reivindicar seu posto. – Comenta Hitch, e ela mesma continua: – Viemos lhe trazer ele. – E aponta para Raitun. – Ah, e também, por que quisemos vir, logicamente.
– Ensiná-lo sobre Espadas e mana?
– Correto, Sig. Você é o mais indicado para essa função.Ao menos, para essa... Diz a Arquiduquesa, entrando novamente na conversa. Enquanto isso, o terceiro componente do trio apenas os observa.
–Acho melhor descer da raposa, caso não queira ser cortado junto com ela. – Diz o truculento meio orc, apontando sua espada monstruosa para o garoto. Este acata ao conselho, e saca suas katanas. Após um momento se entreolhando eles percebem um fato interessante: a presença das mulheres e de suas montarias havia sumido, simplesmente sumido como se não tivessem passado por ali. O Orc se põe em posição de ataque, e sorri.
– Grey Sigfried, Grão-mestre de armas. Um dos três Lordes Imperiais. General do exército Montrisiano.
– Hã?
– Diga seu nome, garoto idiota. E a sua profissão, ou posição. É o costume se dizer o nome a quem você vai lutar, assim você saberá o nome da pessoa que você matou ou que morreu. Claro que numa guerra não podemos ficar fazendo isso, mas em duelos é como uma das regras de etiqueta da Arquiduquesa.
– Omni Raitun, aprendiz da vida.
– Você precisa melhorar isso primeiro. É importante. E pra você, vai ser Poderoso Senhor Grão-Mestre Grey Sigfried. – O eco de suas espadas é o estopim para a sinfonia das lâminas explodir novamente. Começa um não tão longo (porém muito árduo) treinamento. Talvez, graças ao prodigioso talento do garoto em aprender muito rápido. Todos também voltam às suas atividades. Enquanto o aprendiz treina, ocorrem fatos mais interessantes em outros lugares do reino. No castelo do imperador começa uma audiência.

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