Aprender a escrever...

Aprender a escrever só se faz escrevendo. E só aprendemos bem aquilo que para nós tenha poesia.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Projeto - Parte 2, Capítulo 2



Capítulo 2 – Um inseto entre bestas antigas


– O que veio fazer aqui humana? O que você é para querer entrar em nossa luta?
– Ah, apenas um inseto. Diria até que sou... Um grilo falante, quem sabe. Porém, como será que ficaria o orgulho de um dragão que foi vencido por um grilo falante?
– Uh, e o “poderoso grilo falante” pretende me esmagar?
– Ora, como diria uma sacerdotisa de nosso reino, No reino de Montris, o inseto pode esmagar VOCÊ!!!
– Você é a próxima da lista então – o dragão se vira para a raposa, juntando mana e os raios em volta das asas. Canaliza tudo em um único ataque em lança na raposa de três caudas. A “intrusa” aparece entre a raposa e o ataque, tocando uma música em um violino. Uma barreira mística se levanta à sua frente, e o ataque é parado com facilidade, sem surtir nenhum efeito.
– Defense sonata.
– Você usou uma música para criar uma barreira... É assim que pretende me esmagar? Vai invocar uma orquestra como seu exército?
– Requiem of Dreams. – A música tocada muda, e o dragão desaba. Dormindo em sono profundo. –Vocês dragões tem o ego muito grande. E a boca também.
– Quem é você, e como fez isso?
– Ah, então não é a Kitsu de verdade, por isso estava apanhando. Fiz isso exatamente do jeito dragão disse. Uma música. Se palavras têm poder, imagine quando inseridas em uma melodia? A música tem seu poder se tocada da maneira certa.
– Você pode me ensinar?
– Não, ainda não. Hora de acordar o dragão. Vá.
– Acordar aquele dragão que estava prestes a me matar a alguns instantes atrás?
– É exatamente aquele. Não tem outro aqui, tem? Não questione aprendiz, apenas faça o que estão lhe mandando. – diz Lilith, que acabara de recobrar os sentidos, com uma voz fraca. Com alguns ataques a raposa finalmente consegue acordar o dragão, mas pela reação deste, ele não estava tendo uma boa noite de sono com bons sonhos.
– Maldita sejais tu, pirralha anã! Serás reduzida a cinzas!
– Pirralha? Anã? – a garota com o violino começa a rir – me reduzir a cinzas... –o riso se torna uma gargalhada debochada, que para repentinamente. – Depois do sono de beleza, o choro e a piada. Está na hora de voltar para debaixo da asa de seu papai.
– Toque, pequena mestra. – diz o aprendiz raposa.
– Requiem of fear. Além da mudança de música, agora há um mudança de instrumento. O violino se transforma em uma guitarra roxa, e a música calma se transforma em uma música realmente assustadora, que parecia ter como acompanhamento as vozes dos que já se foram. A misteriosa pessoa encapuzada some junto com a chuva, deixando o céu nublado vigiar as duas bestes e as duas mulheres. O pavor da música toma conta do dragão, e este trata de fugir, como se fugisse do seu maior medo em sua essência.
– Primeiro um violino, e agora uma guitarra. E ainda por cima, só a guitarra. Mundo realmente estranho. Mas, por que você fez aquilo?– indaga o aprendiz
– Para que ele não lhe matasse. Você ainda é fraco. – O comentário atiçou o fogo da raposa novamente. Ao perceber que a quarta chama está quase acendendo, a garota puxa da manga uma flauta de bambu e troca novamente de melodia. As chamas começam a se apagar, e o nome da melodia se revela: Sealed flute. Kitsu volta ao mundo físico e o aprendiz, em sua forma original inicia mais um questionário.
– Habilidade interessante. Você consegue tocar algo que traga comida? Lutar me deixou faminto.
– Não, ainda não achei esta partitura.
– Qual o seu nome?
– Hana.
– Um nome do tamanho dela, não concorda? – comenta Kitsu.
– Vá se danar, raposa estúpida. – respondem os dois a Kitsu
– E você se fizer alguma piadinha está morto. – diz Hana, agora bem próxima a Raitun.
– Entendido. A senhorita se incomoda em tirar um pouco o capuz?
– Acho que me incomoda mais ser chamada desse jeito. –diz ela, tirando o capuz
– Hum... Aproximadamente um metro e meio, cabelos e olhos castanhos... Pele negra, ah, e seios volumosos... – diz ele, pensando alto enquanto escreve as coisas no seu caderno de anotações. Alto de mais. Alto o suficiente para ser interrompido por um murro da musicista, agora de costas para ele e recolocando o capuz.
– Mais uma palavra sobre eles e lhe garanto uma morte lenta e dolorosa, bem dolorosa.
– Tuntun, que tal então falar dos meus e ficar vivo? –Diz Lilith, enquanto o aprendiz escreve algo e tenta responder (Talvez tenha sido alguma reação a dois volumes que lhe pressionavam as costas).
– I-isso lá é coisa para uma sacerdotisa ficar dizendo? –grita o aprendiz, tentando se desvencilhar do abraço por trás dado por Lilith. –Ah, quanto à minha morte, seria uma honra morrer em suas mãos, porém sinto que não posso morrer ainda.
– “Como você se recuperou?”– pergunta mentalmente para Lilly
–“Tenho meus truques garoto.”
– Não pode morrer ainda, por...?– indaga Hana
– Por que preciso ganhar a aposta!
– Você é fraco.
– Então me ensine como colocar as músicas em minha lâmina! – “ou, algo do tipo” pensa ele.
– Como diria a Louise, No reino de Montris, a música aprende sobre VOCÊ!
– Pare de imitar a Louise, é muito repetitivo.
– Nessas horas me lembro da estranha sabedoria dela, apenas isso.
– Mas, e então...
– Então você deve aprender sozinho o que deve aprender sozinho.

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