Capítulo 2 – Um inseto entre bestas antigas
– O que veio fazer aqui humana? O
que você é para querer entrar em nossa luta?
– Ah, apenas um inseto. Diria até
que sou... Um grilo falante, quem sabe. Porém, como será que ficaria o orgulho
de um dragão que foi vencido por um grilo falante?
– Uh, e o “poderoso grilo
falante” pretende me esmagar?
– Ora, como diria uma sacerdotisa
de nosso reino, No reino de Montris, o inseto pode esmagar VOCÊ!!!
– Você é a próxima da lista então
– o dragão se vira para a raposa, juntando mana e os raios em volta das asas.
Canaliza tudo em um único ataque em lança na raposa de três caudas. A “intrusa”
aparece entre a raposa e o ataque, tocando uma música em um violino. Uma
barreira mística se levanta à sua frente, e o ataque é parado com facilidade,
sem surtir nenhum efeito.
– Defense sonata.
– Você usou uma música para criar
uma barreira... É assim que pretende me esmagar? Vai invocar uma orquestra como
seu exército?
– Requiem of Dreams. – A música
tocada muda, e o dragão desaba. Dormindo em sono profundo. –Vocês dragões tem o
ego muito grande. E a boca também.
– Quem é você, e como fez isso?
– Ah, então não é a Kitsu de
verdade, por isso estava apanhando. Fiz isso exatamente do jeito dragão disse.
Uma música. Se palavras têm poder, imagine quando inseridas em uma melodia? A
música tem seu poder se tocada da maneira certa.
– Você pode me ensinar?
– Não, ainda não. Hora de acordar
o dragão. Vá.
– Acordar aquele dragão que
estava prestes a me matar a alguns instantes atrás?
– É exatamente aquele. Não tem
outro aqui, tem? Não questione aprendiz, apenas faça o que estão lhe mandando.
– diz Lilith, que acabara de recobrar os sentidos, com uma voz fraca. Com
alguns ataques a raposa finalmente consegue acordar o dragão, mas pela reação
deste, ele não estava tendo uma boa noite de sono com bons sonhos.
– Maldita sejais tu, pirralha
anã! Serás reduzida a cinzas!
– Pirralha? Anã? – a garota com o
violino começa a rir – me reduzir a cinzas... –o riso se torna uma gargalhada
debochada, que para repentinamente. – Depois do sono de beleza, o choro e a
piada. Está na hora de voltar para debaixo da asa de seu papai.
– Toque, pequena mestra. – diz o
aprendiz raposa.
– Requiem of fear. Além da
mudança de música, agora há um mudança de instrumento. O violino se transforma
em uma guitarra roxa, e a música calma se transforma em uma música realmente
assustadora, que parecia ter como acompanhamento as vozes dos que já se foram.
A misteriosa pessoa encapuzada some junto com a chuva, deixando o céu nublado
vigiar as duas bestes e as duas mulheres. O pavor da música toma conta do
dragão, e este trata de fugir, como se fugisse do seu maior medo em sua essência.
– Primeiro um violino, e agora
uma guitarra. E ainda por cima, só a guitarra. Mundo realmente estranho. Mas,
por que você fez aquilo?– indaga o aprendiz
– Para que ele não lhe matasse.
Você ainda é fraco. – O comentário atiçou o fogo da raposa novamente. Ao
perceber que a quarta chama está quase acendendo, a garota puxa da manga uma
flauta de bambu e troca novamente de melodia. As chamas começam a se apagar, e
o nome da melodia se revela: Sealed flute. Kitsu volta ao mundo físico e o
aprendiz, em sua forma original inicia mais um questionário.
– Habilidade interessante. Você
consegue tocar algo que traga comida? Lutar me deixou faminto.
– Não, ainda não achei esta
partitura.
– Qual o seu nome?
– Hana.
– Um nome do tamanho dela, não
concorda? – comenta Kitsu.
– Vá se danar, raposa estúpida. –
respondem os dois a Kitsu
– E você se fizer alguma piadinha
está morto. – diz Hana, agora bem próxima a Raitun.
– Entendido. A senhorita se
incomoda em tirar um pouco o capuz?
– Acho que me incomoda mais ser
chamada desse jeito. –diz ela, tirando o capuz
– Hum... Aproximadamente um metro
e meio, cabelos e olhos castanhos... Pele negra, ah, e seios volumosos... – diz
ele, pensando alto enquanto escreve as coisas no seu caderno de anotações. Alto
de mais. Alto o suficiente para ser interrompido por um murro da musicista,
agora de costas para ele e recolocando o capuz.
– Mais uma palavra sobre eles e
lhe garanto uma morte lenta e dolorosa, bem dolorosa.
– Tuntun, que tal então falar dos
meus e ficar vivo? –Diz Lilith, enquanto o aprendiz escreve algo e tenta
responder (Talvez tenha sido alguma reação a dois volumes que lhe pressionavam
as costas).
– I-isso lá é coisa para uma
sacerdotisa ficar dizendo? –grita o aprendiz, tentando se desvencilhar do
abraço por trás dado por Lilith. –Ah, quanto à minha morte, seria uma honra morrer
em suas mãos, porém sinto que não posso morrer ainda.
– “Como você se recuperou?”–
pergunta mentalmente para Lilly
–“Tenho meus truques garoto.”
– Não pode morrer ainda, por...?–
indaga Hana
– Por que preciso ganhar a
aposta!
– Você é fraco.
– Então me ensine como colocar as
músicas em minha lâmina! – “ou, algo do tipo” pensa ele.
– Como diria a Louise, No reino
de Montris, a música aprende sobre VOCÊ!
– Pare de imitar a Louise, é
muito repetitivo.
– Nessas horas me lembro da
estranha sabedoria dela, apenas isso.
– Mas, e então...
– Então você deve aprender
sozinho o que deve aprender sozinho.
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