Capítulo 3 – Duplas problemáticas
– Sir Raitun! Lady Hana! – Mais problemas:
Pyth voltou. Dessa vez junto de seu pai, e estão rumando para Midgard. A nossa
mestra está segurando os dois com uma barreira e sendo auxiliada pela
sacerdotisa Mary Anne. Elas não irão suportar por muito tempo.
– Precisamos ajudar. Algo mais a
relatar?
– No momento não, Sir Raitun.
– Por que Yumi não entra em
combate? E o que diabos Sigfried faz por perto sem ajudá-la? Indaga o aprendiz
após sentir as auras do lugar.
– Querem nos ajudar a ganhar a
aposta. Vamos nos apressar, aprendiz estúpido. –Responde Kitsu.
– Ainda não. Indo com corpo e
alma avariados não vão poder fazer muita coisa.
– Alexis, a mestra em artes de
cura. Sendo você quem diz, devemos realmente esperar. Diz a raposa, enquanto a
recém aparecida Alexis começa seu trabalho. Envolvendo os alvos em escudos de mana
e luz ela começa a recuperar não apenas as feridas físicas, como as
espirituais, além de recuperar o mana dos guerreiros. Isso leva algum tempo,
considerando a quantidade de alvos da magia e a quantidade de mana perdida.
Após severos minutos gastos com a sessão de cura, o time de quatro pessoas (ou
três pessoas e uma raposa, como preferir) se dirige ao campo de batalha. A elfa
sacerdotisa retorna para seu templo, e reza por uma vitória sem maiores danos ao
reino e seus habitantes. No caminho a raposa volta a se fundir com o aprendiz,
e o time agora composto por uma raposa montada por duas mulheres estonteantes
se põe novamente a caminho, planejando destruir os ameaçadores dragões.
– É, até que é confortável montar
no aprendiz, não acha?
– Dessa vez eu concordo, tem algo
de bom nele.
– Será que é confortável montar
na forma original dele? – Pergunta Lilith com uma ligeira malícia em seu sorriso
– Não sei... Mas dá vontade de
testar.
– Sei como é isso, também tenho.
– Parem de falar essas coisas
pervertidas como se estivessem sozinhas! Diz o aprendiz interrompendo as duas.
– Mas estamos sozinhas, e
montadas em uma raposa gigante.
– Dessa vez não temos culpa. Você
quem foi ver o lado pervertido da situação, seu pervertido.
– Calem-se. – A raposa abaixa as
orelhas e ganha velocidade rapidamente, Com o impulso Lilith Se desequilibra e
abraça Hana para não cair.
– O que houve? Indaga Hana
– É que eu tive que me segurar
para não cair.
– E foi segurar exatamente meus
seios?
– Ah, foram as primeiras coisas
que encontrei. Perdão.
– Você ainda está apalpando-os.
– São bem volumosos, assim como o
aprendiz constatou. E macios. Bem macios.
– Pare com isso! Assim você vai
acabar me deixando com vontade de... Pegar nos seus!
– Você quer coisa fofa?
– Posso mesmo? Diz Hana com os
olhos cintilando
– Não, não pode! Grita o aprendiz
interrompendo as duas – Parem com isso!
– Ora... Ataque de ciúmes. E olhe
que nem começamos nada. – diz Lilith, na mais pura intenção de provocar o aprendiz.
A raposa dessa vez foi mais esperta, e o foi suficiente para fugir da armadilha.
– Vulpes agilita! – Dizendo as
palavras certas, a raposa se move para o destino como um raio de luz.
– “Parabéns... aprendeu a minha
técnica. Aliás, fez algo mais: aprendeu o nome da técnica. Saiba que existe um
abismo de diferença em saber ou não saber o nome.”
– “Deu para perceber pelas espadas.
Elas eram apenas espadas até eu conseguir ouvir seus nomes.”
– Finalmente chegou, diz a voz de
Lilith.
– Raposas são tão desligadas a
ponto de chegarem atrasadas nas suas missões? –Indaga Hana
– “Não, já os aprendizes
pervertidos cujo mestre raposa não tem controle da velocidade...”
– “Dane-se, raposa estúpida.”
– “Olhe para frente e responda,
aprendiz idiota.”
– “Perdão pelo atraso”, responde
o aprendiz. Só após isso nota que apesar do peso de suas costas se manterem
igual, as duas mesmas mulheres sorriam à sua frente.
– Estranho... Algum tipo de
ilusão?
– Não, tente novamente. –
respondem as quatro juntas.
– Ahn... Aqui a matéria pode
ocupar dois lugares simultaneamente?
– Não, aqui nós podemos fazer
clones. – Dizem as originais, enquanto os clones se desfazem em fumaça.
– Explique-se.
– Treinamento. Você deveria estar
atento, perceber que eram clones e se apressado. Fique sempre alerta Raitun,
pessoas podem se transformar em algum aliado seu, mas se você estiver alerta
pode detectar que é um impostor. – Explica Hana
– Há quanto tempo... Quem é você
mesmo? – diz Lilith
– Esqueceu meu nome agora?
– Mentira! Era brincadeira, coisa
fofa. Após uma pausa, ela continua: estive te esperando.
– Como assim?
– Há muito tempo... Estive te
esperando.
– Do que você está falando?
– Te esperei muito... Muito,
muito... Por muito tempo. – Lilith abraça o aprendiz, o mais forte que pode,
mesmo que ele não esteja em forma humanóide. O aprendiz em sua forma de raposa,
sendo esquentado pelo calor do corpo da sacerdotisa responde
– Não entendo... Mas sinto que
são palavras tristes... Muito... Muito tristes. Farei o que puder para entender...
Portanto, tente me ajudar com isso.
– Ajudarei no que for necessário,
coisa fofa.
– O casal pode parar com o namoro
e se concentrar?
– Não somos namorados! Dizem os
dois ao mesmo tempo, em sincronia perfeita
– Ainda não... – Comenta Yumi.
– Abra a barreira, fala a raposa,
e a Arquiduquesa atende prontamente o pedido. Assim recomeça o embate das bestas.
Pyth contra a raposa, Hanna e Lilith contra Loth. Sem paciência, e talvez para
contrariar a última batalha, o primeiro dragão é fácil e rapidamente vencido
com uma mordida no pescoço. O grande problema agora era Loth. O pai do dragão morto, que além de poderoso
era arrogante, estava “apenas esmagando insetos”.
– As suas flechas são a única das
nossas habilidades que causa algum dano nele.
– Mas não são poderosas o suficiente.
– E se elas fossem poderosas o
suficiente?
– Como você pretende causar um
dano tão maciço e derrubar um dragão com uma flecha?
– Usando meu mana além do seu,
diz o garoto voltando à forma original. Vamos unir nossos poderes assim como
fiz com a raposa.
– Não nos resta nada a não ser
tentar. Kitsu, Hanna, criem uma abertura. Yumi, Mary, fiquem na cobertura,
assim não se esforçarão tanto.
– Graciosa até nas mínimas
ordens, comenta Raitun.
– Galante como sempre. – Responde
a sacerdotisa, e após a situação acena para o aprendiz, este põe sua mão sobre
o ombro dela e transfere um pouco do seu poder para ela, que lança os dois
poderes no coração do dragão.
– Vocês (se referindo também a
Kitsu que havia ajudado no último golpe) não precisavam ter dado tanto poder
para minha flecha, o de um só é suficiente. Acho.
– O que importa é que ganhemos
nossa aposta, ou talvez um pouco mais.
Capítulo 4 – Algo bom e Nada bom
– Nada bom. Algo mais poderoso
está vindo, comenta Yumi com uma expressão preocupada.
– Mais poderoso quanto?
– Mais do que os outros dois
juntos. Não entendo, a existência dele havia sido apagada há tanto tempo, não
acredito que seja realmente ele.
– Quem é esse “ele”? Pergunta o
garoto.
– Ayenth.
– Ayenth?! Indaga um coro
incrédulo.
– Quem diabos é Ayenth?
– Temos tempo para isso? Pergunta
a grande raposa. Após receber uma resposta positiva retoma as palavras. Preste
atenção garoto, pois tenho uma história antiga e dominada por magias para lhe
contar. Embebida em coisas épicas, excentricidades e valores. Um breve silêncio
tomou conta do local naquele momento.
– Por que a hesitação Kitsu?
Pergunta Raitun, afinal em vez de história escutou silêncio após aquelas
palavras.
– Tempus levitatus... É o que ela
responde.
– O tempo voa, em uma língua
morta do seu mundo. Para os personagens de uma história tudo parece ter
acontecido ontem, ou estar acontecendo, diz Lilith.
– Voltando os ponteiros, você vai
descobrir muitas coisas ocultas. – Talvez a raposa tenha dito isso como forma
de traduzir algo que Lilith resmungou de forma não compreensível. A sacerdotisa
continua.
– Deixe isso comigo. Não é o
momento certo de se ficar contando histórias épicas. Quando for faço bom uso do
recurso.
– Concordo. E antes de tudo, é
uma sugestão da grande Lilith, comenta Yumi. Hanna acena positivamente,
mostrando concordar também.
– Já que todas as meninas
concordaram, o seu desejo mútuo será uma ordem. Lembre-se de todos os detalhes
se possível.
– Um detalhe muito importante é o
local do seu túmulo: aqui.
– E você é...?! Pergunta Lilith,
fitando o encapuzado que acabar de proferir e rase e aparecer em meio a eles.
Em vez de responder verbalmente, este se transforma em um dragão. Um enorme dragão.
Negro, maior que os outros dois e com uma aura terrível, realmente densa e
assustadora para o aprendiz.
– Holy Arrow! São as primeiras
palavras da batalha proferidas por Lilith, invocando uma flecha de luz sagrada.
A flecha causa um dano considerável na asa do dragão, infelizmente ele também
tem uma regeneração estupidamente rápida. O aprendiz puxa suas katanas e começa
a tentar atacar o dragão. Apesar do empenho e da quantidade de golpes, os
ataques físicos do aprendiz são inúteis em relação a regeneração quase instantânea.
Os ataques com a música vindos da guitarra de Hanna também não surtem efeito.
Canções de ninar não fazem demônios terem pesadelos, a melodia dos trovões não
traz nenhum medo aos orgulhosos serem acostumados a rotineiramente aniquilar
cavaleiros: Uma flecha sagrada abre mais um furo em sua asa, e é o que o grupo
precisava para matar a charada do ponto fraco do inimigo.
– Use novamente seu poder! Grita
Raitun. E dessa vez, mantenha o foco no coração!
– A marca inscrita nesse coração
orgulhoso é muito grande para este simples inseto que vocês chamam de
sacerdotisa arranhá-lo. Nossa escuridão é mais densa que a sua luz, e por isso
este lugar seu túmulo.
– Como diria a Louise... No reino
de Montris o inseto esmaga VOCÊ! Gritou o aprendiz e continuou a mensagem
diretamente dirigida para a mente da sacerdotisa.
– “Por que ainda não atirou?”
– “Por que meu poder é
suficiente. Você viu que não é, que a regeneração dele é muito alta. Se eu
quisesse atirar duas flechas no meio tempo ele teria se regenerado.”
– “Eu já sei, e já disse para
você usar o meu poder junto do seu se preciso. Confie em mim”
– Vamos?
– Vamos.
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